São Paulo, sábado, 21 de julho de 2007

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ACM morre aos 79 anos em São Paulo

Ex-governador da Bahia, senador Antonio Carlos Magalhães teve falência múltipla de órgãos; enterro será hoje em Salvador

Adversário político de ACM, governador Jaques Wagner decreta luto oficial de cinco dias na BA; filho mais velho assumirá a vaga no Senado

Célio Azevedo/Agência Senado
O senador Antonio Carlos Magalhães durante uma das reuniões da CPI dos Bingos, em Brasília


DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) morreu às 11h40 de ontem, aos 79 anos, no InCor (Instituto do Coração), em São Paulo, vítima de falência múltipla dos órgãos provocada por um quadro de insuficiência cardíaca e renal.
Governador da Bahia por três vezes (1971-1975, 1979-1983, 1991-1994), duas delas por via indireta, e ministro das Comunicações (1985-1990), ACM, como ficou conhecido, estava no hospital havia 37 dias. Será enterrado hoje, às 18h, no cemitério do Campo Santo, em Salvador, ao lado do filho Luís Eduardo Magalhães, morto em 1998, aos 43 anos.
O velório estava marcado para ter início na noite de ontem no Palácio da Aclamação, antiga sede do governo baiano. Seu filho Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) assumirá a vaga do pai no Senado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota no início da noite, mas não deverá comparecer ao enterro. Ele também telefonou para Júnior, filho mais velho de ACM. No Senado, a CPI do Apagão fez um minuto de silêncio.
Adversário que impôs uma dura derrota ao grupo político de ACM nas urnas em 2006, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), decretou luto oficial de cinco dias no Estado.
Após a informação sobre a morte de ACM ter sido divulgada, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), o senador Romeu Tuma (DEM) e o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, foram ao InCor dar condolências à família.
"A mensagem que deixei à família em uma hora como esta é a de que o Brasil perdeu um grande homem público", disse o presidente da Fiesp.

Família
Ao lado do senador, entre outros familiares, estavam a viúva Arlete, os filhos Júnior e Teresa Helena, e o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA). O corpo foi transportado por um bimotor da FAB (Força Aérea Brasileira) cedido pela Presidência da República.
Dez carros acompanharam o trajeto do InCor até a base aérea de Guarulhos, onde o avião decolou às 18h17.
O corpo chegou à base aérea que fica ao lado do aeroporto Luís Eduardo Magalhães por volta das 20h30 e foi levado em cortejo num caminhão do Corpo de Bombeiros até o palácio da Aclamação.
Cerca de 300 carros integraram o percurso desde o seu início. A maioria dos veículos portava bandeiras da Bahia.
O cortejo percorreu as principais vias de Salvador e durou pouco mais de duas horas. A pedido de familiares, o padre Gaspar Sadock, amigo do senador, vai celebrar a missa de corpo presente. "Ele modernizou a Bahia", disse ele.
Pela programação, por volta das 17h o cortejo fúnebre deve seguir para o Campo Santo.
A Prefeitura de Salvador anunciou que o trânsito será interditado no entorno do cemitério uma hora antes da chegada do corpo.

Internação
O senador, que era diabético, deu entrada no InCor no dia 13 de junho, com problemas cardíacos. Foi a terceira internação neste ano. Em seguida, seu estado de saúde se agravou por conta de complicações renais.
Até a semana passada, ACM vinha melhorando gradativamente graças a uma diálise peritonial. Estava prestes a receber alta, mas uma infecção agravou seu estado e terminou por levá-lo à morte. Na madrugada de ontem, a equipe do dr. David Uip decidiu mantê-lo em coma induzido.
No período em que esteve internado, ele recebeu visitas dos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa, e do governador de São Paulo, José Serra. Segundo ACM Neto, o avô sempre procurou se manter informado sobre a vida política do país.


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