São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Alckmin vai às ruas colher depoimentos contra Kassab

Tucano faz campanha com equipe de TV e incentiva críticas da população à atual gestão

Candidato tenta reforçar laços com Serra falando de segurança, pois crê que apoio dele será decisivo em um eventual segundo turno


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um microfone de lapela preso à camisa, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, colheu ontem nas ruas da zona Sul munição contra o prefeito Gilberto Kassab (DEM) para a propaganda eleitoral. Acompanhado pela equipe de TV, Alckmin incentivou depoimentos críticos à atual administração.
"Você acha que o problema é? Saúde. E outro? Trânsito", disse Alckmin, após ouvir o comerciante Maurício Schimmoto reclamar das enchentes.
Além da saúde, Alckmin estimulou os eleitores a falar particularmente da avenida Belmira Marin, onde fazia caminhada.
"No ano 2000, quando fui candidato a prefeito, já era dificílima a Belmira Marin. Já era para ter alargado essa avenida. Era tema da campanha de 2000", disse Alckmin, que acrescentou: "Precisa me eleger prefeito para fazer alargar".
Já em entrevista, ao apontar a credibilidade como uma diferença entre ele e os adversários, Alckmin disse que, com sua experiência, é possível "avançar muito e [fazer] coisas que não saíram do papel". "Há às vezes um grande abismo entre o falar e o fazer", disse, sem revelar a quem se referia.
Tanto no corpo-a-corpo como em entrevista, queixou-se da falta de leitos hospitalares na zona sul. Sua promessa para a região é a construção de um hospital em Parelheiros. Outra? "Vamos ajudar o governo e levar o trem até a Varginha".

Laços
Na caminhada, Alckmin insistiu em reforçar seus laços com o governador José Serra, falando também de segurança. A menção ao governo traduz a conclusão dos alckmistas de que Serra deverá ser decisivo num eventual segundo turno contra a ex-ministra Marta Suplicy (PT). Questionado se espera o apoio de Serra no segundo turno, Alckmin respondeu: "No primeiro e no segundo turnos. Serra é companheiro".
Além da associação a Serra, a estratégia é investir na idéia de que Alckmin é quem, no bloco PSDB/DEM, tem credibilidade para se contrapor ao PT. Ao comentar os números do Ibope, segundo os quais Marta tem 34% da preferência, Alckmin 31% e o prefeito 10%, o deputado Júlio Semeghini afirmou que "Kassab ainda não conseguiu construir uma relação de confiança com o cidadão".
Com a pesquisa, Alckmin recomendou trégua aos kassabistas. Mas a crise poderá ser acentuada. Um grupo de tucanos pedirá licença do PSDB para se dedicar à campanha de Kassab. O movimento, que já começou no Ipiranga, deverá contar com a adesão de secretários municipais. Segundo o militante Silvio Silva, a idéia é apresentar um abaixo-assinado reunindo os signatários de um outro documento, pró-kassab.


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