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São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2003

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Senado quer mudar previdenciária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os senadores da base governista defenderam ontem, em reunião com o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, mudanças na reforma previdenciária aprovada na Câmara em primeiro turno, sobretudo nas regras do subteto salarial para os Executivos estaduais e municipais.
O próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anfitrião do encontro de Berzoini com senadores do bloco governista (PT, PSB, PTB e PL), do PMDB e do PPS, afirmou depois que a Casa ainda precisa ser "convencida" a aprovar o texto da reforma que sairá da Câmara.
"O Senado tem o direito de também debater para se convencer de que a proposta está nos termos que ela possa ser aprovada como chegar à Casa", afirmou. Sarney defende que ela não seja alterada no Senado. "Essa reforma foi extremamente debatida na Câmara, e os espaços são curtos para que seja modificada", disse.
O governo quer evitar que os senadores mudem o texto que sairá da Câmara porque isso faria com que a proposta fosse novamente analisada pelos deputados e atrasaria a sua promulgação.
O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), admitiu que há insatisfação em sua bancada, principalmente quanto à vinculação do teto salarial nos Executivos nos Estados e municípios aos salários dos governadores e dos prefeitos, respectivamente.
"Essa questão tem angustiado os senadores e isso tem de ser levado em consideração. O subteto pode ensejar distorções, já que há remunerações diferentes em cada Estado. O assunto precisa ser mais debatido. Se for necessário modificar, vamos modificar", afirmou Calheiros.
Nos bastidores, peemedebistas dizem que as resistências no partido em relação à reforma da Previdência estão relacionadas diretamente às negociações com o Planalto para integrar formalmente a base governista.
Com o preenchimento de cargos, o atendimento de pleitos e a solução de problemas regionais, a expectativa é que a maioria da bancada vote a favor da reforma.
Nem a bancada do PT está fechada com a reivindicação do governo para aprovar a reforma da Previdência como sair da Câmara. Um dos maiores críticos é o vice-presidente do Senado, Paulo Paim (RS), que participou da reunião com o ministro.
Mas há outros focos de resistência, como a senadora Serys Slhessarenko (MT), uma das ausentes. O líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), também não foi.
Na reunião na casa de Sarney, Berzoini ouviu as queixas, mas se manteve irredutível em relação à reforma. Para ele, o texto votado na Câmara é o mais adequado.
(RAQUEL ULHÔA)


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