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Senado quer mudar previdenciária
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os senadores da base governista defenderam ontem, em reunião com o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, mudanças
na reforma previdenciária aprovada na Câmara em primeiro turno, sobretudo nas regras do subteto salarial para os Executivos estaduais e municipais.
O próprio presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anfitrião do encontro de Berzoini
com senadores do bloco governista (PT, PSB, PTB e PL), do
PMDB e do PPS, afirmou depois
que a Casa ainda precisa ser "convencida" a aprovar o texto da reforma que sairá da Câmara.
"O Senado tem o direito de também debater para se convencer de
que a proposta está nos termos
que ela possa ser aprovada como
chegar à Casa", afirmou. Sarney
defende que ela não seja alterada
no Senado. "Essa reforma foi extremamente debatida na Câmara,
e os espaços são curtos para que
seja modificada", disse.
O governo quer evitar que os senadores mudem o texto que sairá
da Câmara porque isso faria com
que a proposta fosse novamente
analisada pelos deputados e atrasaria a sua promulgação.
O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), admitiu que há insatisfação em sua bancada, principalmente quanto à vinculação do
teto salarial nos Executivos nos
Estados e municípios aos salários
dos governadores e dos prefeitos,
respectivamente.
"Essa questão tem angustiado
os senadores e isso tem de ser levado em consideração. O subteto
pode ensejar distorções, já que há
remunerações diferentes em cada
Estado. O assunto precisa ser
mais debatido. Se for necessário
modificar, vamos modificar",
afirmou Calheiros.
Nos bastidores, peemedebistas
dizem que as resistências no partido em relação à reforma da Previdência estão relacionadas diretamente às negociações com o
Planalto para integrar formalmente a base governista.
Com o preenchimento de cargos, o atendimento de pleitos e a
solução de problemas regionais, a
expectativa é que a maioria da
bancada vote a favor da reforma.
Nem a bancada do PT está fechada com a reivindicação do governo para aprovar a reforma da
Previdência como sair da Câmara. Um dos maiores críticos é o vice-presidente do Senado, Paulo
Paim (RS), que participou da reunião com o ministro.
Mas há outros focos de resistência, como a senadora Serys Slhessarenko (MT), uma das ausentes.
O líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), também não foi.
Na reunião na casa de Sarney,
Berzoini ouviu as queixas, mas se
manteve irredutível em relação à
reforma. Para ele, o texto votado
na Câmara é o mais adequado.
(RAQUEL ULHÔA)
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