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PREVIDÊNCIA
Governo devolverá em outubro valor cobrado a mais de servidores
Palocci descarta socorro aos Estados por causa de inativos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) descartou a hipótese de a União socorrer os Estados
em razão das perdas com as novas
regras da contribuição previdenciária dos servidores inativos.
"As perdas, nós vamos ter de
equacionar. A União vai ter de
equacionar as suas, os Estados
têm de equacionar as suas", disse.
O ministro reconheceu, porém,
que as perdas estaduais são maiores que as federais.
A devolução cumpre a determinação do STF (Supremo Tribunal
de Federal), que aprovou na quarta-feira, por 7 votos a 4, a cobrança dos inativos, mas aumentou o
teto para a contribuição para R$
2.508,72. Ocorre que entre maio e
agosto, a União descontou de
quem recebia acima de R$
1.505,23. Os Estados também terão que devolver a diferença
Palocci argumentou que os governadores podem encontrar
uma solução melhor para seus
problemas de caixa com a reforma tributária em tramitação na
Câmara, que propõe uma legislação única para o ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços, maior fonte de receita
dos Estados).
O governo decidiu devolver na
folha de pagamento de setembro,
paga no segundo dia útil de outubro, a contribuição providenciaria cobrada dos aposentados e
pensionistas do Executivo que ganham acima de R$ 1.505,23. Para
os servidores do Legislativo e do
Judiciário, o governo espera encontrar uma solução parecida até
a próxima terça-feira.
Para marcar a sua disposição
política sobre o caso, o presidente
da Republica, Luiz Inácio Lula da
Silva, confirmou ontem, durante
despacho com o advogado-geral
da União, Álvaro Augusto Ribeiro
Costa, que a contribuição previdenciária cobrada a mais dos servidores públicos aposentados e
pensionistas será devolvida.
Também em uma única parcela,
na folha pagamento de setembro,
será feito o desconto dos inativos
que recebem acima do novo teto
estipulado pelo STF e que não pagaram a contribuição devido a liminares na Justiça. São cerca de
45 mil aposentados e pensionistas
que conseguiram liminar (sentença provisória) contra a contribuição previdenciária.
Segundo o Ministério do Planejamento, para pagar a diferença a
118.236 aposentados e pensionistas do Executivo que recebem entre o limite de isenção que era utilizado pelo governo e o novo teto
determinado pelo STF, o governo
irá desembolsar R$ 14,9 milhões.
Ontem, o Ministério da Previdência havia feito uma estimativa entre todos os servidores calculando
a devolução em R$ 72 milhões.
Com o teto antigo, o governo arrecadava R$ 67,3 milhões ao mês,
sem contar os poderes Legislativo
e Judiciário. Passou, com o novo
teto, a arrecadar R$ 62,4 milhões,
o que significa uma arrecadação
menor, de apenas R$ 4,9 milhões
ao mês.
O diretor de programas da Secretaria de Recursos Humanos do
Ministério do Planejamento, Vladimir Nepomuceno, disse que é
provável que o ajuste dos inativos
dos poderes Legislativo e Judiciário seja feito também na folha de
setembro.
O ministério, responsável apenas pela folha de pagamento do
Executivo, está conversando com
o Congresso e o Judiciário para
que o ajuste seja feito o mais rápido possível.
Segundo Nepomuceno, o pagamento na folha de setembro está
decidido, mas depende de uma
questão interna: a publicação do
acórdão do STF. "Esperamos que
seja na segunda-feira. Se ficar para a outra semana, poderemos
não ter tempo de incluir na folha
[de setembro]", disse.
Na terça-feira, o Ministério do
Planejamento deverá ter os dados
referentes aos inativos do Congresso e do Judiciário, o que permitirá ter um balanço geral da
União.
Sobre as devoluções que devem
ser feitas por Estados e municípios, Nepomuceno disse que o
governo não pode fazer previsões.
Cada instância terá de agendar
sua previsão, de acordo com seu
caixa.
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