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Para tucanos, apoio do PT a Sarney une PMDB a Dilma
Serristas avaliam que governador perdeu a esperança de barrar a aliança com o PT
Governador paulista acha que candidatura de Marina Silva não terá impacto só entre o eleitorado de Dilma, mas também no do PSDB
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O esforço do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva pelo arquivamento dos processos contra
o presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), alimentou, entre os serristas, a certeza
de que o PMDB apoiará, formalmente, a candidatura da
ministra Dilma Rousseff (Casa
Civil) à Presidência em 2010.
Segundo tucanos, até o governador de São Paulo, José
Serra (PSDB), aposta na formalização da aliança do PMDB
com o PT. Consolidada, a coligação com o PMDB engordaria
em quase cinco minutos o tempo a que Dilma teria direito no
horário eleitoral gratuito.
Potencial candidato do PSDB
à Presidência, Serra já não nutria expectativa de impedir
aliança, tamanha participação
do PMDB no governo Lula. A
articulação em favor de Sarney
só reforçou essa tese.
A ideia de que o PMDB retribuirá o gesto com o apoio oficial à candidatura da ministra
Dilma é compartilhada por
aliados de Serra, como o prefeito paulistano Gilberto Kassab.
Além disso, os rumores de
que o presidente nacional do
PMDB, Michel Temer (SP),
tenta inviabilizar um acordo
com o PSDB de São Paulo, endossam essa convicção.
A oposição insistirá na construção de aliança com o PMDB
em Estados como Rio Grande
do Sul, Pernambuco e Santa
Catarina. Mas sabe que, sem a
exigência da reprodução fiel da
aliança nacional nos Estados,
dificilmente evitará a consumação da aliança nacional.
Ainda segundo tucanos, Serra reconhece que a candidatura
da ex-petista Marina Silva não
terá só impacto entre o eleitorado de Dilma, mas dilapidará
também seu capital eleitoral.
Segundo tucanos, que investiam numa aliança formal com
o PV, a senadora conquistará
eleitores insatisfeitos com o governo Lula que, numa eleição
polarizada, votariam em Serra
já no primeiro turno. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra
(PE), admite os abalos, mas os
minimiza: "Não acredito que
tenha tanto impacto assim".
Com o potencial lançamento
da candidatura de Marina pelo
PV, tucanos acreditam que, em
compensação, o deputado Ciro
Gomes (PSB-CE) insistirá para
concorrer à Presidência.
Ainda que não obtenha apoio
do PSB para que concorra, a
movimentação de Ciro fragilizaria a costura de acordos do
partido com o PT nos Estados,
como Pernambuco e Ceará.
Aécio
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse ontem
no Ceará que o PT está "perdendo suas origens" e "negando seu discurso ético".
Segundo Aécio, a posição do
PT, que -seguindo orientação
de Lula- atuou pelo sepultamento das representações contra Sarney, "parece muito mais
focada na manutenção do poder do que na construção de um
projeto para o Brasil".
O tucano se reuniu com dirigentes do PSDB cearense, em
Horizonte (a 46 km de Fortaleza), em mais uma da série de
viagens que faz pelo país desde
março. Hoje ele segue para Sergipe. No início de setembro, irá
para a Bahia, onde Serra também estará no mesmo mês.
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