São Paulo, sexta-feira, 21 de agosto de 2009

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Para tucanos, apoio do PT a Sarney une PMDB a Dilma

Serristas avaliam que governador perdeu a esperança de barrar a aliança com o PT

Governador paulista acha que candidatura de Marina Silva não terá impacto só entre o eleitorado de Dilma, mas também no do PSDB

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O esforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo arquivamento dos processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alimentou, entre os serristas, a certeza de que o PMDB apoiará, formalmente, a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência em 2010.
Segundo tucanos, até o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aposta na formalização da aliança do PMDB com o PT. Consolidada, a coligação com o PMDB engordaria em quase cinco minutos o tempo a que Dilma teria direito no horário eleitoral gratuito.
Potencial candidato do PSDB à Presidência, Serra já não nutria expectativa de impedir aliança, tamanha participação do PMDB no governo Lula. A articulação em favor de Sarney só reforçou essa tese.
A ideia de que o PMDB retribuirá o gesto com o apoio oficial à candidatura da ministra Dilma é compartilhada por aliados de Serra, como o prefeito paulistano Gilberto Kassab.
Além disso, os rumores de que o presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), tenta inviabilizar um acordo com o PSDB de São Paulo, endossam essa convicção.
A oposição insistirá na construção de aliança com o PMDB em Estados como Rio Grande do Sul, Pernambuco e Santa Catarina. Mas sabe que, sem a exigência da reprodução fiel da aliança nacional nos Estados, dificilmente evitará a consumação da aliança nacional.
Ainda segundo tucanos, Serra reconhece que a candidatura da ex-petista Marina Silva não terá só impacto entre o eleitorado de Dilma, mas dilapidará também seu capital eleitoral.
Segundo tucanos, que investiam numa aliança formal com o PV, a senadora conquistará eleitores insatisfeitos com o governo Lula que, numa eleição polarizada, votariam em Serra já no primeiro turno. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), admite os abalos, mas os minimiza: "Não acredito que tenha tanto impacto assim".
Com o potencial lançamento da candidatura de Marina pelo PV, tucanos acreditam que, em compensação, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) insistirá para concorrer à Presidência.
Ainda que não obtenha apoio do PSB para que concorra, a movimentação de Ciro fragilizaria a costura de acordos do partido com o PT nos Estados, como Pernambuco e Ceará.

Aécio
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse ontem no Ceará que o PT está "perdendo suas origens" e "negando seu discurso ético".
Segundo Aécio, a posição do PT, que -seguindo orientação de Lula- atuou pelo sepultamento das representações contra Sarney, "parece muito mais focada na manutenção do poder do que na construção de um projeto para o Brasil".
O tucano se reuniu com dirigentes do PSDB cearense, em Horizonte (a 46 km de Fortaleza), em mais uma da série de viagens que faz pelo país desde março. Hoje ele segue para Sergipe. No início de setembro, irá para a Bahia, onde Serra também estará no mesmo mês.


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