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CAMPANHA
Presidenciável diz que país "precisa se proteger de ser obrigado a escolher entre candidato capaz de tudo e candidato incapaz"
Ciro duvida de pesquisa e critica Serra e Lula
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes,
amplificou ontem em Santos a virulência de suas críticas ao adversário José Serra (PSDB), a quem
qualificou de "fascista".
Para Ciro Gomes, o candidato
governista recorre a "ataques
grosseiros, rasteiros" contra seus
oponentes porque "não tem mérito nenhum". Segundo ele, o tucano "viveu sempre de chupar o
sangue dos outros" e é "um fascista em suas práticas".
"Considero, fundamentalmente, que o Brasil precisa se proteger
de ser obrigado a escolher entre
um candidato capaz de tudo e um
candidato incapaz", disse, referindo-se a Serra e Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), respectivamente.
O pepessista deu as declarações
após sessão solene no plenário da
Câmara de Santos, na qual recebeu a medalha do mérito Brás Cubas, principal honraria concedida
pelo Legislativo santista. A proposta de concessão da comenda
ao candidato foi do presidente da
Casa, o vereador José Antonio
Marques Almeida, do PPS.
Em seu discurso de agradecimento, o presidenciável aproveitou para novamente criticar Serra
e Lula -"Empregos são prometidos aos milhões, de forma despudorada, pelos nossos oponentes"- e para atingir especialmente o tucano. "Votar no candidato
do governo significa claramente
entregar nosso país a uma área de
livre comércio dominada pelos
americanos [referência à Alca", e
isso é o fim do sonho de José Bonifácio e Tiradentes."
Antes de ir à Câmara, Ciro esteve no gabinete do prefeito de Santos, Beto Mansur (PPB), ex-deputado federal e principal liderança
malufista da Baixada Santista
Acompanhado da mulher, a
atriz Patrícia Pillar -que viveu
em Santos na adolescência e, na
eleição municipal de 2000, declarou apoio na TV à petista Telma
de Souza, rival de Mansur-, Ciro
recebeu do prefeito um pedido
para incluir o porto de Santos entre os temas de sua campanha.
O presidente estadual do PTB, o
ex-deputado federal Gastone Righi, disse que Mansur apoiará Ciro "pelo menos com o voto", embora o prefeito não tenha manifestado publicamente preferência
por nenhum dos presidenciáveis.
"[Ciro" é um bom candidato, tem
experiência, e eu o recebi com
muito prazer. Agora, precisa vir
aqui e pedir o voto. Ele não pediu", declarou Mansur.
No encontro com o prefeito, Ciro reclamou do tom que, afirma,
Serra imprimiu à sucessão presidencial. "Como é que vai querer
governar depois, com esse nível
de agressividade na campanha?",
indagou o presidenciável, que disse que a Frente Trabalhista, coligação que o apóia, elegerá a maior
bancada do futuro Congresso.
Ibope
Além de intensificar as críticas a
Serra, Ciro também voltou a investir contra o instituto de pesquisas Ibope, acusado de manipulação depois de tê-lo situado em
quarto lugar no levantamento divulgado no último dia 17.
"Credito minha queda na pesquisa do Ibope a eu não ter dinheiro para comprar os números
do Ibope. Só isso. Como não tenho dinheiro para comprar os
números do Ibope, vou cair não
sei até onde", disse o candidato,
para quem o instituto, "depois de
causar todo esse prejuízo", voltará a "ajustar" os números com os
dos demais órgãos verificadores
das intenções de voto. A Frente
Trabalhista contrata os serviços
do instituto Vox Populi.
Em nota, o Ibope afirma: "O
candidato Ciro Gomes sabe muito bem que o Ibope é uma instituição idônea e que construiu sua
credibilidade trabalhando sério
nesses 60 anos. Nós encaramos
essa reação como um mau hábito
de alguns políticos que procuram
justificativa para seu desempenho
na campanha eleitoral". A nota é
assinada por Márcia Cavallari, diretora-executiva do instituto.
Colaborou a Sucursal do Rio
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