São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Emprego será principal meta do PMDB

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O corte do desemprego pela metade de 2007 a 2010 será a principal proposta do PMDB no programa de governo que está sendo elaborado pelo economista Carlos Lessa, primeiro presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Autor do livro "15 Anos de Política Econômica", Lessa, 68, define o programa em gestação como "desenvolvimentista, nacionalista e trabalhista". Ele não aceita a possibilidade de o PMDB ir à eleição sem um candidato próprio à sucessão de Lula.
Em convenção, os filiados já decidiram pela candidatura, mas líderes como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador e ex-presidente da República José Sarney (AP) são apontados no partido como favoráveis a alianças com outras legendas.
As prioridades peemedebistas serão definidas a partir das respostas a questionários distribuídos entre os filiados ao partido presentes a plenárias em que Lessa exporá o projeto preliminar de programa de governo.

Redução dos juros
Além do combate ao desemprego, o programa terá algumas formulações que Lessa e sua equipe consideram fundamentais, como a redução dos juros e a duplicação do poder de compra do salário mínimo em quatro anos.
Presidente do BNDES de janeiro de 2003 a novembro de 2004 e filiado ao PMDB desde a sua fundação, Lessa também está propondo aos correligionários que conste do programa de governo o compromisso de realização de uma auditoria na dívida externa brasileira. Propõe também que as empresas nacionais tenham prioridade no acesso a incentivos e créditos públicos.
A primeira plenária peemedebista, com a presença de cerca de 2.000 políticos e militantes, ocorreu em Curitiba no último dia 12. A próxima será na sexta-feira, em São Paulo. Na semana que vem, ocorrerá no Rio. Também estão previstos encontros em Brasília, Porto Alegre e Florianópolis

Março de 2006
A escolha do PMDB se terá candidato próprio ou não acontecerá em 5 de março de 2006, quando se realizará a prévia em que todos os filiados terão direito a voto. O ex-governador Anthony Garotinho (RJ) já anunciou que disputará a prévia. Ele se inscreverá em Brasília na próxima terça-feira.
São cotados para enfrentá-lo os governadores Germano Rigotto (RS), Roberto Requião (PR) e Jarbas Vasconcelos (PE). O vice-presidente José Alencar, que se filiará ao PMDB na semana que vem, é outro nome cogitado.
Na plenária de Curitiba foram distribuídos questionários com 13 perguntas. Lessa já tabulou as respostas e decidiu que em São Paulo haverá pelo menos mais duas perguntas sobre educação e meio ambiente.
No questionário, o filiado deve dizer se concorda, discorda ou não tem opinião sobre os temas formulados. Também pode fazer observações. Em Curitiba, 392 questionários foram preenchidos. Concordaram com todas as questões apresentadas 57% dos entrevistados.
A primeira questão trata do emprego. "Hoje, enquanto o governo vive a comemorar "quedas" no desemprego, convivemos com 27 milhões de trabalhadores desempregados e sem registro formal, representando 40% da população ativa. Você concorda que cortar esse número pela metade deve ser uma prioridade do governo do PMDB à qual outras metas têm que estar subordinadas?" Houve 373 concordâncias e 12 discordâncias. Sete informaram nem concordar nem discordar do texto formulado.
Também foram feitas perguntas sobre a necessidade de mais investimentos em saúde e educação, seguridade social, taxa de juros, sistema financeiro, auditoria da dívida, reforma agrária, tributos, Forças Armadas e política internacional.


Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Rumo a 2006: Juízes pedem que Jobim rejeite candidatura
Próximo Texto: CPI do Mensalão: Só transportei R$ 700 mil, diz Genu
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.