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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Esses paulistas
No que depender das lideranças não-paulistas do
PT, Tarso Genro à frente, a queda de Ricardo Berzoini
da coordenação da campanha de Lula foi só o começo.
Na esteira de seu envolvimento na fracassada operação de compra de informações contra os tucanos, a
idéia é ejetá-lo também da presidência da sigla e, depois da eleição, promover um "acerto de contas" com
o PT-SP, ao qual os demais atribuem todos os males.
"Essa discussão tem de começar no dia 2 de outubro", diz um candidato a governador. "Vai ter de haver
uma ruptura". Como na crise do mensalão, o discurso
anti-paulista faz parte do esforço para blindar Lula.
Joelho no milho. Ontem
no Alvorada, Berzoini ouviu
de Lula que o setor de contra-informação do PT está mais
para "central de burrice".
Como é mesmo? Berzoini disse ao presidente que, como estava entrando num elevador, não "ouviu direito"
quando Oswaldo Bargas lhe
avisou que ia negociar o fruto
da arapongagem contra os tucanos com a revista "IstoÉ".
Em má hora. A desgraça
colheu Berzoini quando ele
sonhava com vôos mais altos.
Em caso de boa votação para
deputado, tinha em mente
disputar a presidência da Câmara e, em 2008, a vaga petista na sucessão paulistana.
Tem mais. Ninguém no
PT acredita que Hamilton Lacerda tenha caído da coordenação da campanha de Aloizio
Mercadante ao governo apenas porque fez contato com a
revista "IstoÉ". Uma das pessoas mais próximas do candidato, ele anda escondido desde o início da semana.
Especialista. As aulas ministradas por Gedimar Passos, preso quando se preparava para pagar os Vedoin pelo
material contra os tucanos,
no curso oferecido pelo Ministério da Justiça à polícia
paulista em 2005 versavam
sobre o tema "Emboscada".
Celebridade. Gedimar integrou o grupo de seguranças
que o governo federal colocou
à disposição de Bill Clinton na
última visita do ex-presidente
americano ao Brasil.
Carne queimada. O ex-CUT e churrasqueiro Jorge
Lorenzetti assumiu sem demora a parte que lhe coube no
desastre do dossiê para seguir
o exemplo do amigo Delúbio
mas também por falta de alternativa: sabia que estava inteirinho grampeado.
PT no BB. Expedito Afonso Veloso, diretor do Banco do
Brasil afastado por ajudar a
montar e negociar a papelada
contra os tucanos, sempre
chegava para trabalhar na autarquia a bordo de minivan
repleta de adesivos com os dizeres: "Sou ético; sou PT".
Nem pensar. Quem conhece bem Lula aposta que, se
chance havia de o presidente-candidato comparecer ao debate de primeiro turno da Rede Globo, ela se reduziu drasticamente com a eclosão do
escândalo do dossiê.
Claustro. Chamou a atenção de tucanos e pefelistas o
silêncio eloqüente do governador de São Paulo sobre o caso. Cláudio Lembo é sempre o
primeiro a se manifestar
quando há problemas na campanha de Geraldo Alckmin.
De novo. Depois de Lula, é
a vez de José Sarney recorrer
a comparações com Getúlio
Vargas. "Ele [Vargas] nasceu
no Rio Grande do Sul e foi senador por São Paulo", afirma
o peemedebista na TV para
tentar justificar o fato de ser
do Maranhão e concorrer de
novo ao Senado pelo Amapá.
Visita à Folha. Gilberto
Kassab (PFL), prefeito de São
Paulo, visitou ontem a Folha,
onde foi recebido em almoço.
Estava acompanhado de Andrea Matarazzo, secretário
municipal de Coordenação
das Subprefeituras, e de Leão
Serva, assessor de imprensa.
Tiroteio
"Ao repetir o "eu não sabia" que virou mantra
no PT, Berzoini fica a cada hora mais
parecido com seu antecessor Genoino."
Do deputado JOÃO ALFREDO (PSOL-CE) sobre as versões contraditórias
do presidente do PT a respeito de sua participação na tentativa de compra de informações para envolver José Serra na máfia sanguessuga.
Contraponto
Passa-anel
Enquanto o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), discursava ontem no lançamento do programa de governo de
Geraldo Alckmin, o tucano que concorre ao governo fluminense, Eduardo Paes, redigiu um bilhete: "Aécio e Serra, meu candidato a presidente em 2010 é Cesar Maia".
Em seguida, passou o papel a José Serra, que leu, sorriu, e o repassou para o governador de Minas.
Aécio respondeu, no mesmo papel: "O meu é o Serra".
O candidato ao governo paulista, de novo com o bilhete
na mão, acrescentou: "E eu estou fechado com o Aécio".
Paes recebeu de volta o bilhete e guardou:
-É um documento para a posteridade!
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