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Senador diz que assessor agiu sem consultá-lo
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PT ao
governo de São Paulo,
Aloizio Mercadante, afirmou ontem que não foi
consultado sobre o episódio envolvendo o coordenador de seu programa de
TV, Hamilton Lacerda, e a
revista "IstoÉ".
"Quero dizer que ele jamais me consultou, nunca
autorizei qualquer participação de membros da minha campanha em um
processo dessa natureza."
De acordo com Mercadante, ele tomou conhecimento do assunto em um
blog da internet ontem.
Mas, já na segunda-feira, o
nome Hamilton Lacerda
circulava no PT de São
Paulo como sendo um dos
que tomaram parte na
operação do dossiê contra
tucanos.
O próprio Mercadante,
no entanto, ressaltou que
não pairam mais dúvidas
sobre a atuação de membros de seu partido no escândalo do dossiê.
"É inquestionável a participação de petistas nesse
processo de dossiê. Acho
muito grave. Essa atitude é
incompatível com a nossa
história política e, em particular, incompatível com
a minha e a do presidente
Lula", afirmou.
O senador, que passou a
tarde fechado em reuniões
com a cúpula de sua campanha, convocou uma entrevista no início da noite
para falar do assunto.
De início, ele disse que
Lacerda seria afastado se
surgissem provas contra o
coordenador. Ao final da
entrevista, no seu comitê
de campanha, na região
central de São Paulo, ele
confirmou o afastamento.
O petista aproveitou a
entrevista para rebater os
ataques desferidos contra
ele por José Serra (PSDB).
O tucano citou nominalmente o senador ao se referir à crise dos dossiês.
"O meu adversário José
Serra, depois de três dias
nos quais não teve agenda
de campanha recluso em
sua casa, reaparece e, ao
que tudo indica, com atitude desequilibrada e irresponsável faz acusações
que são inaceitáveis."
Na reunião de ontem à
tarde, Mercadante ouviu
conselhos de integrantes
de sua campanha que defendem um ofensiva sobre
Serra como forma de
"abrandar" a crise.
Na entrevista, ele pediu
apurações sobre as denúncias veiculadas pela revista
"IstoÉ".
"Espero que o rigor das
investigações nesse episódio que envolve petistas
não seja pretexto para que
o capítulo sanguessugas
seja varrido para baixo do
tapete", disse.
O escândalo do dossiê
agravou a divisão no PT
paulista. Excluído da campanha, o grupo da ex-prefeita Marta Suplicy não
aceita participar da "operação bombeiro" montada
para ajudar Mercadante.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG E MATHEUS PICHONELLI)
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