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Serra diz que Mercadante está por trás de dossiê
DA SUCURSAL DO RIO
O candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo,
José Serra, afirmou ontem, no
Rio, que o dossiê contra ele foi
"uma baixaria eleitoral" e teve
como um dos artífices o senador petista Aloizio Mercadante, seu adversário na disputa.
"Tratou-se de uma baixaria
eleitoral. Mas imediatamente
para beneficiar o candidato do
PT em SP. Uma baixaria organizada pelo PT, pelo presidente
do PT [Ricardo Berzoini], pelo
candidato do PT em SP [Mercadante] e por outros integrantes
desse partido", afirmou o ex-prefeito da capital, durante o
lançamento do programa de
governo do presidenciável Geraldo Alckmin.
De acordo com Serra, o objetivo do dossiê, que continha fotos e gravações suas em solenidades de entregas de ambulâncias fornecidas por empresa de
sanguessugas quando ele era
ministro da Saúde, em 2001,
era desestabilizar sua campanha eleitoral e promover a de
Mercadante. "A candidatura de
São Paulo, que seria diretamente beneficiada disso. O intento era esse", afirmou o tucano ao ser questionado sobre a
compra do dossiê.
O Datafolha mostra que Serra lidera a disputa para governo
do Estado e Mercadante é o segundo colocado na disputa.
Segundo o ex-prefeito de São
Paulo o caso do dossiê envolve
"delinqüentes e comercialização de baixarias". "O que temos
de esperar é ação eficiente da
Justiça e da Polícia Federal",
afirmou o tucano.
Origem
O candidato cobrou a apuração da origem do R$ 1,7 milhão
apreendido pela Polícia Federal com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, detidos por envolvimento no esquema de
compra e venda do material
que compõe o dossiê de acusações contra Serra.
"É algo que envolve dinheiro,
R$ 1,7 milhão, cuja origem deve
ser explicada. Esse é ponto fundamental agora." Para ele, as
investigações da Polícia Federal "estão andando", mas ele
afirmou desconhecer o conteúdo, a não ser o que tem sido publicado em notícias de jornal.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou
que as apurações serão independentes e rigorosas. O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, disse que
não sofreu pressões políticas
do governo federal para evitar a
investigação.
Questionado sobre comentário de Aloizio Mercadante de
que o PSDB teria tentado comprar o dossiê para encobrir suposto envolvimento de integrantes do partido com sanguessugas na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Serra foi irônico: "Tadinho do Aloizio."
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