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Comissão pretende reexaminar dados da CPI dos Correios
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Senado, Renan Calheiros, viverá o dilema,
nos próximos dias, de examinar
dois requerimentos elaborados
pela CPI dos Sanguessugas e
por ex-integrantes da CPI dos
Correios. No primeiro, deputados e senadores vão solicitar a
Calheiros -aliado de Lula- a
transferência de toda a base de
dados da CPI dos Correios para
a CPI dos Sanguessugas.
A tentativa de transferência
dos dados é uma articulação de
parlamentares da oposição
com objetivo de dar munição à
CPI dos Sanguessugas para investigar supostas implicações
de auxiliares diretos de Lula,
especialmente Freud Godoy
-ex-assessor especial e segurança de campanhas do presidente -, no caso do dossiê elaborado pela família Vedoin.
O nome de Freud foi envolvido por outros petistas que negociaram a compra do dossiê.
O segundo requerimento,
feito pelo deputado Gustavo
Fruet (PSDB-PR), pede a Renan Calheiros, responsável pelo Congresso, que autorize parlamentares a acessar documentos e quebras de sigilo armazenados pela CPI dos Correios.
Após o fim da CPI, os parlamentares não podem mais ter
acesso aos dados, que só podem
ser requisitados pela Justiça ou
Ministério Público.
Fruet argumenta que começam a aparecer fatos conexos
entre as duas CPIs, o que justificaria a transferência dos dados entre as comissões.
Luiz Antônio Vedoin e Darci
Vedoin - acusados de chefiar o
esquema de venda de ambulâncias superfaturadas para prefeituras, com recursos de
emendas parlamentares - teriam negociado a venda de um
dossiê com provas de que os tucanos José Serra e Barjas Negri
(ambos ex-ministros da Saúde)
estariam supostamente envolvidos com os sanguessugas.
As empresas Caso Comércio
e Serviços e Caso Sistemas de
Segurança Ltda., de Freud Godoy, receberam recursos de
empresas de Marcos Valério de
Souza e Duda Mendonça.
O publicitário Marcos Valério era a peça-chave do mensalão e foi exaustivamente investigado pela CPI dos Correios.
Duda Mendonça admitiu à CPI,
em depoimento, os esquemas
de caixa 2 nas campanhas do
PT. Ele recebeu recursos do PT
em paraísos fiscais.
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