São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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Comissão pretende reexaminar dados da CPI dos Correios

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Senado, Renan Calheiros, viverá o dilema, nos próximos dias, de examinar dois requerimentos elaborados pela CPI dos Sanguessugas e por ex-integrantes da CPI dos Correios. No primeiro, deputados e senadores vão solicitar a Calheiros -aliado de Lula- a transferência de toda a base de dados da CPI dos Correios para a CPI dos Sanguessugas.
A tentativa de transferência dos dados é uma articulação de parlamentares da oposição com objetivo de dar munição à CPI dos Sanguessugas para investigar supostas implicações de auxiliares diretos de Lula, especialmente Freud Godoy -ex-assessor especial e segurança de campanhas do presidente -, no caso do dossiê elaborado pela família Vedoin.
O nome de Freud foi envolvido por outros petistas que negociaram a compra do dossiê.
O segundo requerimento, feito pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), pede a Renan Calheiros, responsável pelo Congresso, que autorize parlamentares a acessar documentos e quebras de sigilo armazenados pela CPI dos Correios. Após o fim da CPI, os parlamentares não podem mais ter acesso aos dados, que só podem ser requisitados pela Justiça ou Ministério Público.
Fruet argumenta que começam a aparecer fatos conexos entre as duas CPIs, o que justificaria a transferência dos dados entre as comissões.
Luiz Antônio Vedoin e Darci Vedoin - acusados de chefiar o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas para prefeituras, com recursos de emendas parlamentares - teriam negociado a venda de um dossiê com provas de que os tucanos José Serra e Barjas Negri (ambos ex-ministros da Saúde) estariam supostamente envolvidos com os sanguessugas.
As empresas Caso Comércio e Serviços e Caso Sistemas de Segurança Ltda., de Freud Godoy, receberam recursos de empresas de Marcos Valério de Souza e Duda Mendonça.
O publicitário Marcos Valério era a peça-chave do mensalão e foi exaustivamente investigado pela CPI dos Correios. Duda Mendonça admitiu à CPI, em depoimento, os esquemas de caixa 2 nas campanhas do PT. Ele recebeu recursos do PT em paraísos fiscais.


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