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Obra era uma das promessas do governador Tasso Jereissati, pré-candidato ao Planalto
Custo de porto no
Ceará foi 82,9%
maior que previsto
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de sofrer nove alterações de preços (aditamentos), a
obra do porto do Pecém, no Ceará, saltou de um orçamento inicial
de R$ 113,3 milhões para R$ 207,2
milhões, uma diferença de 82,9%.
Um dos principais temas do discurso do governador Tasso Jereissati (PSDB), o porto passou a ser
alvo dos adversários do presidenciável tucano. Caso seguisse à risca a Lei de Licitações Públicas, o
governo não poderia ultrapassar
o índice de 25% de acréscimo no
custo da obra: R$ 28,3 milhões.
Deputados do PT e do PC do B
cearense questionam a chamada
"dupla vida" do secretário estadual de Infra-Estrutura, Francisco
de Queiroz Maia Junior, responsável pela aprovação e pagamento
dos acréscimos na obra do porto.
"O mesmo secretário que paga
os generosos aditamentos tem a
sua empreiteira, a RM Engenharia, como uma das maiores prestadoras de serviços à Telemar,
que, por sua vez, tem entre os seus
sócios o grupo La Fonte (da família de Tasso) e a Andrade Gutierrez, construtora do porto", critica
o deputado João Alfredo (PT).
A situação, acusa o deputado, é
promíscua: "Com uma mão, o secretário aprova o aditamento.
Com a outra, recebe os benefícios
colhidos na Telemar". O secretário argumenta que as obras não
sofreram nenhuma condenação
no TCE e no TCU -acionado por
uma representação do deputado
federal Sérgio Novais, do PC do B.
Os adversários acusam ainda o
governo de construir uma estrada
de acesso ao porto sem licitação,
que teria custado R$ 2,8 milhões.
Pernambuco
Partiu do próprio setor dos empreiteiros a acusação de superfaturamento nos preços das obras
de duplicação da rodovia BR-232,
que liga Recife a Caruaru. A obra
está orçada em R$ R$ 276 milhões. Auditoria feita pelo TCU
constatou que 71% dos itens da
obra apresentavam sobrepreço.
Ao constatar as irregularidades,
o TCU determinou, no início deste ano, que o governo de Pernambuco ficasse impedido de receber
recursos da União. Diante da medida, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) resolveu tocar a
obra com recursos estaduais.
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