São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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PAINEL

Ainda pulsa
De tanto balançar a árvore de Serra, Marta pode estar colhendo alguns frutos. Monitoramentos diários da campanha paulistana apontam para um estreitamento da diferença entre os dois nas próximas pesquisas. Resta saber se em escala suficiente para dar esperança à prefeita.

Simulador de vôo
Vereadores do PT já recolhem frases de tucanos contra a margem de 15% para o remanejamento de verbas do Orçamento dada à petista neste ano. Se Serra for eleito e fizer a mesma coisa, prometem criar caso.

Velhos tempos
A portas fechadas, petistas da Câmara discutem a linha mestra de eventual oposição a Serra. É consensual que ela seria raivosa, no estilo pré-vitória de Lula.

Repescagem
Recém-eleito vereador, o tucano José Aníbal almoçou ontem em Brasília com Dilma Roussef, que conheceu no movimento estudantil. À saída, perceberam que não haviam quitado a conta. Voltaram. A ministra pagou.

Em termos
Do tucano Aécio Neves, refutando a tese de que o PT fez a festa em Minas: "Sem diminuir a vitória na capital, o fato é que o partido perdeu nas outras três maiores cidades sob seu comando. É a quinta sigla em número de prefeituras, o que inviabiliza aventuras hegemônicas".

Questão de instinto
Ainda Aécio, prevendo dificuldades para o Planalto, fruto do ressentimento de aliados tratorados pelo PT na eleição: "Como dizia meu avô Tancredo, político vota contra tudo, menos contra sua sobrevivência".

No grito
Ao não ter sua pergunta sorteada em debate entre José Fogaça (PPS) e Raul Pont (PT), um petista xingou os organizadores do evento em Porto Alegre. Constrangido, Pont se retirou.

Pregando no deserto 1
Fechou o tempo no PMDB ontem. O ministro Eunício Oliveira gastou o latim, sem sucesso, tentando convencer o líder do partido na Câmara, José Borba, a não se juntar ao bloco que voltou a obstruir a votação de MPs, em resposta à articulação do Planalto para ressuscitar a emenda da reeleição.

Pregando no deserto 2
O entrevero telefônico entre Eunício e José Borba teve até ameaça de pedido de demissão por parte do ministro. Não adiantou. A bancada peemedebista está pouco propensa a seguir as ordens de seu ex-líder.

Pedra no caminho
Mesmo que retome a votação das MPs encalhadas, a Câmara deve marcar passo quando chegar a vez da que dá status de ministro a Henrique Meirelles.

Barra energética
Em alta temporada de filiações, o PTB de Roberto Jefferson acaba de receber a ficha do físico Zieli Dutra Thomé Filho, presidente da Eletronuclear.

Em família 1
O governador Zeca do PT (MS) anunciou que o ministro Alfredo Nascimento (Transportes) investirá R$ 30 mi no porto fluvial de Ladário e, em seguida, passará o controle do empreendimento ao governo estadual.

Em família 2
Zeca do PT responde a processo porque o governo estadual entregou à sua família o controle do porto de Murtinho.

Visita à Folha
Juan Francisco Ealy Ortiz, presidente do Grupo El Universal, do México, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

De Cecília Coimbra, do grupo Tortura Nunca Mais-RJ, sobre a atuação do ministro Nilmário Miranda (Direitos Humanos) no caso das fotos que seriam do jornalista Vladimir Herzog antes de ser morto na prisão:
-Há cerca de dois meses nós estivemos com o Nilmário. Eles nos disse que não existiam mais arquivos a serem abertos. Agora, somos surpreendidos por essas fotos. A postura do atual governo em relação a esse assunto é simplesmente lamentável.

CONTRAPONTO

Outras palavras

Prefeito de Recife em 1980, o ex-ministro Gustavo Krause (PFL) foi convidado, como recomenda a tradição pernambucana, a entregar a "chave da cidade" ao Rei Momo na abertura do Carnaval daquele ano.
Quando descobriu que a tal "chave" era feita de isopor barato, o então prefeito, conhecido folião e participante do bloco Galo da Madrugada, achou por bem conferir um ar mais pomposo à folia recifense.
Krause substituiu a chave por um cetro dourado. A cerimônia seria precedida por um desfile no qual o prefeito, imponente, acenaria a todos de um carro aberto para, então, entregar ao Rei Momo o "precioso" objeto.
Quando o veículo despontou na avenida, o locutor oficial da parada não perdeu tempo:
-O prefeito está com o "sétimo" dourado do Carnaval!
A frase foi repetida à exaustão, e Krause teve de pagar o mico.


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