São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SÃO PAULO

Prefeita licenciada diz em evento no sindicato local que resolverá questão do trabalho dos funcionários do comércio de SP aos domingos

Marta faz promessa agora para comerciários

PEDRO DIAS LEITE
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita licenciada de São Paulo, Marta Suplicy (PT), fez ontem mais uma promessa, dessa vez a de resolver até o final do ano o problema do trabalho dos funcionários do comércio aos domingos, que se arrasta há anos.
Em 1997, uma Medida Provisória transformou o domingo em dia normal de trabalho para o comércio varejista, que agora pode abrir normalmente. Desde então, o Sindicato dos Comerciários luta com as empresas e os governos federal e municipal por contrapartidas, como aumento do número de empregados ou um adicional para cada domingo trabalhado.
A Câmara Municipal chegou a aprovar uma lei sobre o tema no final de 2002, que está suspensa por disputas judiciais. Ontem, Marta prometeu chegar a uma solução até o final do ano, em palestra justamente no Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
Na reta final de campanha, Marta já anunciou várias medidas com impacto direto na disputa eleitoral, como o aumento de verbas para entidades sociais, o fim da taxa dos motoboys e a promessa de acabar também com a taxa da luz, daqui a dois anos.
Segundo o presidente do sindicato, Ricardo Patah, a entidade, ligada à Força Sindical, reúne 430 mil trabalhadores e 70 mil lojas. Ele afirmou que não vê nenhuma conotação eleitoral no anúncio da prefeita, apesar de a questão estar em pauta desde o início do seu governo, sem solução.
A prefeita voltou a criticar o governador Geraldo Alckmin. Ela disse que "o governo do Estado, que fala que se empenha tanto na saúde e é do PSDB, não gasta os 12% que tem de gastar na saúde".
Marta se referia à Emenda Constitucional 29, que estabeleceu que os Estados devem aplicar, no mínimo, 12% da arrecadação na saúde. Os municípios são obrigados a gastar 15%.
De acordo com a petista, para atingir o limite exigido de gastos com o setor, o governo do Estado inclui despesas como o programa Bom Prato (restaurante populares que servem refeição a R$ 1) e até um programa habitacional chamado Sonho Meu (construção de casas populares).
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde negou que o governo estadual utilize esses programas sociais na contabilização dos gastos. "A prefeita mostra total desconhecimento ao atacar o governo do Estado com críticas ao orçamento da Secretaria Estadual da Saúde", afirma a nota. "Os programas citados pela prefeita não fazem parte do orçamento da Secretaria de Saúde."


Texto Anterior: Jovem é morto com cinco tiros em comício de tucano em Osasco
Próximo Texto: Justiça eleitoral: Maluf depõe por chamar Serra de "vampiro da baixaria'
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.