São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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Programa de Serra destaca jeito de governar

DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu programa de governo, o candidato José Serra (PSDB) procura negar que seja apenas uma continuidade e ampliação das idéias adotadas pela atual administração do PT, mas, mesmo assim, deixa claro que irá manter alguns dos projetos.
A desconstrução do programa petista pelos tucanos fica evidente ao se valer de verbos como "aperfeiçoar", "priorizar", "intensificar". O PSDB puxa a discussão sobre as propostas para "o perfil de cada candidato, o projeto de gestão da prefeitura e a forma de governar que cada um já demonstrou à frente de cargos públicos".
Enquanto Marta Suplicy (PT) planeja para a educação a construção de mais 24 escolões, ao custo de R$ 20 milhões cada e com manutenção de R$ 500 mil mensais a unidade, Serra é contra essa medida, embora faça questão de ressalvar que irá fazer os CEUs, desde que haja recursos suficientes para tal.
A prioridade do PSDB na educação é criar vagas para atender cerca de 100 mil crianças, além de fazer parcerias com entidades para aumentar o número de creches. Serra também pretende acabar com as escolas de lata, que abrigam aproximadamente 50 mil estudantes na cidade.
Na saúde, onde o candidato fala amparado na experiência de ex-ministro, a intenção é reformar todos os 400 postos de saúde já no primeiro ano de mandato. O coordenador do programa de governo do PSDB, Felipe Soutello, disse que essa será a primeira coisa a ser feita. Para tanto, pensa-se em utilizar os R$ 95 milhões destinados no orçamento do ano que vem para a construção dos CEUs saúde. Soutello estima que serão necessários R$ 40 milhões para essas reformas.
A construção de minihospitais, que funcionarão como complemento aos hospitais regionais, com procedimentos mais simples, como pequenas cirurgias e partos, acontecerão num segundo momento. Soutello não soube dizer quantos serão construídos e quanto cada um custará.
Os tucanos planejam fazer convênios com o governo do Estado para a ampliação do metrô e conclusão do rodoanel, além de ampliar o bilhete único também para o metrô.
Soutello afirmou que, para tanto, há várias possibilidades. "Podemos doar terrenos, fazer operações urbanas para garantir os recursos, ou remanejar verbas do próprio orçamento."
Para o ano que vem, a prefeitura reservou R$ 1 mil para o metrô e outros R$ 1 mil para o rodoanel. O orçamento municipal, porém, prevê R$ 32,8 milhões de transferências de convênios correntes do governo do Estado.
Ao contrário de Marta, que já encaixou no orçamento de 2005 suas prioridades, Serra terá de adaptar o projeto encaminhado à Câmara Municipal para poder pôr em prática suas propostas, a partir do primeiro ano de mandato. Para isso, se vencer, terá de negociar com a atual base de apoio de Marta. (CHICO DE GOIS)


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