São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006 |
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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA Dossiê é tratado com deboche, diz Alckmin
"Não é possível terminar a eleição e não conseguir explicar a origem desse dinheiro", afirma tucano sobre a investigação
PAULO PEIXOTO DA AGÊNCIA FOLHA, EM UBERABA No dia seguinte ao debate do SBT, em que o candidato do PSDB questionou apenas uma vez o presidente Lula sobre o dinheiro usado para tentar comprar o dossiê, Geraldo Alckmin afirmou ontem que não mudou o tom e voltou ao ataque, dizendo que o caso é tratado com "deboche". Disse que a sociedade espera esclarecimentos, ainda mais agora com "fatos novos, graves". Esse fato, segundo Alckmin, seria a suposta confirmação do advogado Gedimar Passos (preso com R$ 1,7 milhão) sobre o envolvimento do ex-assessor da Presidência Freud Godoy na compra do dossiê. Ontem, os jornais "O Globo" e "O Estado de S. Paulo" publicaram que, na acareação entre Freud e Gedimar, este manteve a acusação de que Freud o havia incumbido de entregar o dinheiro a Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas. Na realidade, Gedimar não se manifestou sobre isso. "Eu não mudei. Simplesmente a sociedade está aguardando o Lula e o PT explicarem. Agora tem fatos novos, graves. Reiterou o Gedimar a questão do Freud. Está se aguardando a abertura de sigilo fiscal e bancário. O fato é que é muito triste". É fácil, disse, descobrir a origem do dinheiro: "É só chamar o pessoal lá e dizer: olha, contem a verdade, não mintam para o povo... Não é possível terminar a eleição e não conseguir explicar a origem do dinheiro. Isso é deboche". Ao lado do governador reeleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), Alckmin disse que o saldo do governo Lula é de menos 1 milhão de empregos: "O candidato que prometeu 10 milhões de empregos aumentou em 1 milhão o desemprego. Quando ele assumiu, tinha 8 milhões de desempregados. Hoje tem 9 milhões. O Brasil cresceu menos do que a taxa de natalidade". Pesquisas A poucos dias do pleito e 19 pontos atrás de Lula, segundo o Datafolha, Alckmin apelou aos seus eleitores para que "não se impressionem com pesquisas". Aécio também pediu "reflexão" sobre o momento atual do país, de crise ética e "crescimento pífio da economia". Em Varginha (MG), Alckmin disse que o governo Fernando Henrique Cardoso teve "erros e acertos", mas afirmou que as privatizações foram "corretas": "Veja o caso da privatização da telefonia. Antigamente, telefone custava US$ 3.000 e você tinha que declarar no imposto de renda. Tinha uma fila enorme". Ele negou que vá fazer novas privatizações se eleito. Ontem, Alckmin se irritou em entrevista à rádio CBN, em São Paulo, ao ser questionado sobre os vestidos doados por um estilista à sua mulher, Lu Alckmin. "Todos os argumentos dos petistas vieram aqui para esse debate", disse. Colaboraram MAURÍCIO SIMIONATO, da Agência Folha em Varginha, e JOSÉ ALBERTO BOMBIG, da Reportagem Local Texto Anterior: TSE dá direito de resposta a petista contra Alckmin Próximo Texto: TV: Skaf não autoriza uso de sua imagem por Alckmin Índice |
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