São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2004

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PAINEL

Lula por dom Paulo
De dom Paulo Evaristo Arns à revista do sindicato dos bancários: "O Lula continua a mesma pessoa bondosa de sempre. Mas não estava preparado para ser presidente da República, então entrega tudo para aqueles que parecem estar preparados, e esses muitas vezes se enganam".

Na moita
Quem viu Lula em ação na reforma ministerial anterior acha que o presidente está mais calado na atual. Recolhe opiniões mas dá poucas pistas do que pretende fazer. Até mesmo para integrantes do antigamente chamado núcleo duro do governo.

Efeito cascata
Predomina no governo a percepção de que a reforma, precipitada pelo fim da novela Lessa, deverá ter suas demais peças movidas em breve. Lula estaria inclinado a evitar desgaste similar ao da reformulação anterior, quando o assunto ocupou o noticiário por quase três meses.

Plano de expansão
A eleita Luizianne Lins (PT) pretende acrescentar pelo menos sete secretarias às 15 existentes na Prefeitura de Fortaleza.

Ataque especulativo
Aliados de primeira hora da candidatura de João Henrique (PDT) em Salvador estão impressionados com o apetite do PT, que embarcou no segundo turno e agora avança célere sobre os cargos da futura administração. Teme-se que para os demais reste apenas o osso.

Cláusula de barreira
Na reformulação de seus estatutos, o Banco do Brasil deve manter o veto a que não-diplomados em curso superior ocupem a presidência. O item afastou alguns dos candidatos ao posto no início do governo Lula.

Trocando idéias
O ministro argentino da Defesa pediu ao colega José Alencar uma cópia da lei brasileira que permite abater aviões suspeitos.

Qualquer negócio
Disposta a infernizar a vida de Geraldo Alckmin até 2006, a bancada do PT, a maior da Assembléia Legislativa paulista, aceita abrir mão de cargos na futura Mesa Diretora desde que consiga emplacar um presidente não-tucano na Casa.

Conta de chegada
Com PC do B e PMDB, os petistas, hoje na secretaria-geral da Assembléia, somam 28 votos de oposição. Seu objetivo é alcançar a maioria simples, 49, tirando proveito da insatisfação de líderes da base governista.

Surto epidêmico
A exemplo do que ocorre na Câmara paulistana, PDT, PSB, PTB, PV, PPB e até o PFL, parceiro preferencial dos tucanos, falam em formar um "bloco independente" na tentativa de emplacar o próximo presidente da Assembléia. Ou renegociar os termos do apoio a Alckmin.

Ainda é pouco
À frente de dois grandes centros regionais, Campinas e Bauru, a partir de 2005, o PDT procurou Geraldo Alckmin para saber qual será o tratamento dispensado a seus prefeitos. Ouviu que as intenções são as melhores, mas não se convenceu.

Primo rico 1
Fenômeno de votos na capital, onde fizeram quatro vereadores, os Tatto exportaram tecnologia no segundo turno. A vitória em Osasco do petista Emídio de Souza, afilhado político de João Paulo Cunha, teve uma mãozinha da máquina da família.

Primo rico 2
O cacife eleitoral dos irmãos Jilmar, Arselino e Ênio Tatto também cresceu internamente depois de outubro. Com cerca de 27% votos do PT paulista, a família é vista como o fiel da balança na eleição do Diretório Estadual no ano que vem.

TIROTEIO

Do deputado tucano Sebastião Madeira (MA) a respeito do presidente do Senado, José Sarney, que sacou suas economias do Banco Santos, do amigo Edemar Cid Ferreira, às vésperas da intervenção federal:
-Se não foi dica do além dada pelo comendador Bita do Barão, pai de santo do município maranhense de Codó e amigo do senador, só pode ter sido coisa de alguém muito vivo.

CONTRAPONTO

Lei do silêncio

Entre as histórias narradas no livro "Diálogos com o Poder", a ser lançado no próximo dia 9, o consultor político Ney Figueiredo conta uma que se deu na campanha de Paulo Maluf ao governo paulista em 1990.
Quando o publicitário Roberto Medina, responsável pelo marketing da campanha, foi seqüestrado, chamaram para substituí-lo Duda Mendonça, que rapidamente conquistou a confiança do ex-prefeito.
Libertado após longo cativeiro, Medina foi convidado a assistir a alguns filmes de Duda. Percebendo que a linha dos programas havia mudado radicalmente, discutiu com o marqueteiro a ponto de tentar agredi-lo.
Uma vez separados, os dois -e a turma do deixa-disso- foram ameaçados por Maluf:
-Se esta briga vazar para a imprensa, gasto até US$ 1 mi, mas descubro o responsável e acerto as contas com ele!


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