DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Casa Civil afastou anteontem a cabo Lucimar dos Santos Paiva, da Polícia Militar do Distrito Federal, da equipe de segurança do Palácio do Planalto. Nos anos 90, a policial prestou serviços de espionagem para o Comando Militar do Planalto, monitorando encontros do PT e do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A exoneração deve ser publicada amanhã no "Diário Oficial" da União.
A cabo trabalhava no GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que cuida da segurança da Presidência, e estava lotada no estacionamento do Planalto, por onde Lula chegava. O afastamento foi decidido após o GSI ser informado pelo jornal "Correio Braziliense" do histórico profissional dela.
Segundo o jornal, o GSI sabia sobre Paiva desde outubro, quando foram publicadas reportagens sobre papéis da ditadura entregues pelo cabo José Alves Firmino à Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Na lista de Firmino, Paiva tem o codinome de agente Fernanda. Ela foi designada para a equipe de segurança da Presidência em julho de 2003, ocupando a função de auxiliar do Departamento de Segurança da Subchefia Militar do GSI.

Falsa jornalista
Segundo relatórios entregues pelo cabo Firmino à Câmara, Fernanda apresentou uma falsa identificação de jornalista para ter acesso ao encontro nacional do PT em 93 -prática comum no SNI (Serviço Nacional de Informações).
Segundo o "Correio", Paiva também prestou serviços de espionagem ao senador Cristovam Buarque (PT-DF), quando governador do DF (95-98). O alvo da arapongagem seria o deputado Manoel Andrade (PMDB-DF), o Manoelzinho.
Ontem, o GSI e a Casa Civil não responderam à Folha. Paiva não foi localizada. O GSI determinou levantamento de todo os funcionários e ex-integrantes do SNI no Planalto.


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