São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Balança a barreira

A causa dos pequenos partidos, que foram ao Supremo Tribunal Federal contra a cláusula de barreira, vai encontrar abrigo no relatório de Marco Aurélio Mello, com apresentação em plenário marcada para 7 de dezembro. O ministro, que tem um histórico de votos pró-direitos das minorias, deverá considerar inconstitucional, nos termos em que está colocada, a regra que restringe drasticamente o tempo de televisão e o acesso aos recursos do fundo partidário às siglas que não atingiram um piso mínimo de votos nas eleições de outubro passado -caso, por exemplo, do PC do B do presidente da Câmara, Aldo Rebelo. PSOL, PV, PPS e PRB movem a ação a ser julgada pelo STF.

Respaldo. Antes mesmo de o Supremo julgar a Adin que contesta a cláusula de barreira, Aldo Rebelo tem apresentado a líderes um parecer da assessoria da Casa que atesta ser possível sua recandidatura à presidência pelo PC do B.

Alta ansiedade. De nada adiantaram os sinais de Lula em favor de Aldo. No fim de semana, deputados de oposição receberam telefonemas do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), sondando suas preferências para o comando da Casa.

Idéia fixa. Nas conversas sobre a retomada do desenvolvimento, seu novo assunto predileto, Lula elegeu um vilão a ser responsabilizado pelo crescimento insuficiente: o "gargalo ambiental". Ao viajar com senadores no final de semana, o presidente voltou a se queixar das decisões que paralisam projetos e obras.

Esticada. A conversa a bordo do AeroLula entre o presidente e os senadores parece ter sido mesmo agradável. Já em solo, o estafe da Aeronáutica que acompanhou o vôo de Três Lagoas (MS) a Brasília esperou cerca de meia hora até os caronas e o anfitrião deixarem o aparelho.

Na janelinha. Ex-crítico e novo passageiro da aeronave presidencial, o tucano Arthur Virgílio (AM) teve de agüentar piadinhas de senadores ontem o dia todo. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), foi um deles: "E aí, gostou da viagem?".

Agenda velha. Fernando Henrique Cardoso disse ontem a tucanos que Lula já o consultara sobre a idéia do conselho de ex-presidentes. Foi na viagem da dupla para acompanhar os funerais do papa João Paulo 2º, no ano passado. Como a crise política estourou, a idéia não vingou.

Estréia. Paulo Maluf (PP-SP) fará amanhã sua primeira visita à Câmara depois de eleito deputado federal.

Escravos de Jó. O boletim que registra nomeações e exonerações no Senado trouxe ontem a realocação de funcionários de Ney Suassuna (PB) na liderança do PMDB para a obscura liderança da maioria da Casa, instância sem peso político, mas loteada por petistas e peemedebistas.

Pé no freio. Futuro secretário da Fazenda, Mauro Ricardo prepara um pacote com medidas de contenção e reavaliação de prioridades para o início do governo Serra.

Rebeldes. A bancada do PMDB na Assembléia paulista promete fazer barulho caso Orestes Quércia consiga permanecer na presidência do partido no Estado. Os deputados querem autonomia para negociar com Serra.

Blitz. A oposição ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), já se articula na Câmara para pedir auditoria nas contas da SPtrans. Alega que o aumento para R$ 2,30 da tarifa do ônibus está muito acima dos custos do sistema.

Expansão. O PT, que já tem a Secretaria do Trabalho no governo do Paraná, informou a Roberto Requião (PMDB) que ficaria feliz em ocupar também a da Agricultura.

Tiroteio

É compreensível a paixão do companheiro carregador de malas pelo mundo da velocidade. Os petistas, desde o início do governo, sempre gostaram de viver perigosamente.


Do senador DEMÓSTENES TORRES (PFL-GO), sobre as 15 ligações telefônicas trocadas entre Hamilton Lacerda, o homem da mala do dossiê, e Wilson Santarosa, gerente de comunicação da Petrobras.

Contraponto

Logo ali

Na quinta-feira, jornalistas compareceram em peso a um evento com Gilberto Kassab em Parelheiros, bairro no extremo sul de São Paulo, a fim de obter do prefeito o anúncio do aumento da tarifa de ônibus da capital.
Na hora da entrevista, o pefelista foi pressionado em quase todas as perguntas, mas nada revelou. Ao final da coletiva, um repórter resolveu se queixar:
-Puxa, prefeito. Todo mundo veio tão longe para ouvir o anúncio, e o senhor não vai dizer nada?
Kassab brincou com a ansiedade dos entrevistadores:
-Conhecem Guaianazes, na zona leste? Estou indo de helicóptero para lá fazer o anúncio daqui a 15 minutos!


Próximo Texto: Fornecedores da Petrobras doaram R$ 2,5 mi a petistas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.