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Lula reforça agenda política para formar governo de coalizão
Presidente terá almoço na quinta com governadores aliados e vai chamar os da oposição para encontros no Palácio do Planalto
Petista recebe Michel Temer amanhã; na quinta-feira, ele participa de um almoço com governadores que o apóiam e recebe políticos de PP e PV
PEDRO DIAS LEITE
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em busca de um governo de
coalizão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acertou uma
agenda política que prevê reuniões com governadores aliados e da oposição, encontros
com movimentos sociais e audiências com partidos como
PMDB, PV e PDT.
Na quinta-feira, Lula participa, como convidado, de um almoço em Brasília com governadores aliados. Depois, convidará os da oposição para reuniões
no Planalto, que poderão ser
individuais ou por partido.
Na própria quinta, Lula já recebe em audiência no Planalto,
às 16h, o governador reeleito
Alcides Rodrigues (PP-GO),
que contou com o apoio na eleição do tucano Marconi Perilo.
No mesmo dia, o presidente
se reúne com o PV. Além do PV,
Lula também agendou encontro com o PDT em 28 de novembro. Os dois partidos não
apoiaram o petista em sua campanha à reeleição. Agora, o governo tenta atraí-los para sua
base de apoio no Congresso.
Entre os partidos, a audiência mais importante acontece
amanhã, às 12h, quando Lula
recebe o presidente do PMDB,
Michel Temer (SP). Defensor
da candidatura de Geraldo
Alckmin (PSDB), Temer foi
convidado no esforço para unificar o partido.
Movimentos sociais
No caso dos movimentos sociais, o presidente decidiu chamar os dirigentes dessas entidades para reafirmar que as
"portas continuam abertas" no
segundo mandato.
Segundo assessores, Lula
avalia que teve um relacionamento muito próximo com esses movimentos no primeiro
mandato e que agora precisa
dar uma demonstração clara de
que tal disposição será mantida. Entre as entidades a serem
chamadas estão o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e a
CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A agenda política visando o
governo de coalizão foi definida
ontem na reunião de coordenação política. A avaliação é que o
cenário é favorável à formação
de uma base mais sólida no
Congresso, mas ela dependerá
principalmente da partilha dos
ministérios. Por isso, Lula quer,
primeiro, negociar o seu "governo de coalizão" e políticas
para destravar o crescimento.
Só depois partiria para a oficialização de sua nova equipe.
Partilha
O presidente chegou a dizer
que poderia começar o próximo ano com boa parte da atual
equipe. Essa estratégia, porém,
não agrada aos aliados, que preferem a partilha já dos cargos
nos ministérios. Segundo a Folha apurou, apesar das declarações de Lula, ainda não há uma
definição sobre a data de montagem da equipe. Lula está inclinado pelo próximo ano, mas
pode antecipar caso consiga
negociar sua base de apoio.
"A avaliação que o presidente
tem é que há um novo patamar
hoje de relacionamento entre
governo e oposição. Há uma
enorme possibilidade de que o
governo tenha uma base bem
mais sólida no Parlamento no
segundo mandato", afirmou o
ministro Tarso Genro.
No caso dos governadores da
oposição, Lula sabe que não
conseguirá reuni-los em Brasília juntamente com os aliados.
Daí que sua estratégia será fazer sondagens para encontros
individuais ou por grupos. Lula
praticamente desistiu da idéia
de fazer a posse em duas etapas
-uma no dia 1º de janeiro e outra semanas mais tarde. O governo acha mais simples fazer
tudo de uma vez só.
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