São Paulo, quarta-feira, 21 de novembro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Balcão aberto

Com mais tempo após o adiamento da votação da CPMF, o governo abriu o balcão de negociações individuais para tentar aprovar a prorrogação do tributo.
Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) recebeu ontem o descontente Magno Malta (PR), que viu um aliado seu ser demitido sem aviso prévio da companhia Docas do Espírito Santo. Na volta, Malta admitiu que seu "não" à contribuição pode mudar.
Já o aceno com a siderúrgica do Ceará visa não só o tucano Tasso Jereissati mas também a aliada Patrícia Saboya (PDT), que já mandara recado de que votaria contra o governo. E Cristovam Buarque (PDT-DF) diz que aceita conversar se houver garantia de que a Educação estará a salvo da DRU, que permite remanejar até 20% do orçamento de cada área.

Ensaiado. A mudança de tática do PSDB, que passou a atrasar a tramitação do caso Renan Calheiros (PMDB-AL) na CCJ, foi combinada por Arthur Virgílio (AM) com senadores do DEM no domingo.

Forcinha. O governo obteve de governadores tucanos a garantia de que o PSDB não fechará questão contra a CPMF, o que deixará brecha para que alguns senadores votem a favor da contribuição.

Balela. Aliados ferrenhos de Renan faziam circular ontem que ele poderia reassumir a presidência da Casa para neutralizar a manobra da oposição de atrasar o caso. Mas o PMDB negava a hipótese.

Palmômetro. Após circular animado pelo plenário e apertar mãos de quem encontrou, Renan anotou: Aloizio Mercadante (PT-SP), Renato Casagrande (PSB-ES) e Tasso foram frios. Já o aguerrido Demóstenes Torres (DEM-GO) contou até uma piada.

Paranóia. O PMDB já estava subindo pelas paredes por enxergar uma movimentação de Tião Viana (PT-AC) para ficar no cargo até fevereiro. Os rasgados (e propositais) elogios de Arthur Virgílio ao petista fecharam de vez o tempo entre os peemedebistas.

Espelho. Site da GQ americana, revista de moda masculina, põe Lula entre os líderes mais bem vestidos do mundo. "Seus paletós de três botões ajudam a reduzir a percepção de sua barriga e dão verticalidade", anota um colunista.

Batata. Policiais federais que acompanham o caso da doação da Cisco ao PT por meio de duas empresas laranjas dão como certo que um delegado "afinado com Brasília" deve assumir a investigação.

Ajudinha. Futuro presidente do PSDB, Sérgio Guerra defenderá transição para que centrais se adaptem ao fim do imposto sindical obrigatório.

Datatucano. Encarregado pela direção do PSDB de resolver a disputa entre Paulo Renato de Souza (SP) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES) pela presidência do Instituto Teotônio Vilela, o líder dos tucanos na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), resolveu consultar os deputados, um a um. Diz que divulgará o resultado da "eleição" até amanhã.

S.O.S. 1. O chefe do Parque Nacional de Brasília, Darlan de Pádua, mandou ofício ao diretor de Conservação do Instituto Chico Mendes, Marcelo Francozo, em que critica a portaria da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que deixa o acesso ao local gratuito para a população.

S.O.S. 2. Na carta, Pádua relata que a decisão, originada pela não-renovação do contrato da empresa que fazia a cobrança da entrada, levou à falta de segurança, à superlotação e à depredação do parque, entre outros incidentes.

A ver navios. João Henrique Blasi (PMDB), ex-líder do governador e correligionário João Henrique na Assembléia catarinense, teve sua nomeação para uma cadeira de desembargador cancelada por decisão judicial. Pouco antes ele havia renunciado ao mandato para assumir o novo posto no Tribunal de Justiça.

Tiroteio

"O PT tenta nos fazer pensar que já recebeu a visita do Papai Noel em 2007. Difícil é acreditar."


Do deputado RODRIGO MAIA (RJ), presidente do DEM, sobre a arrecadação recorde dos petistas com empresários em ano não-eleitoral.

Contraponto

Luvas de pelica

Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM), que travam disputa não-declarada pela liderança do PSDB no Senado, trocaram ironias no plenário ontem. Ao criticar o Planalto, Tasso fez uma brincadeira com Virgílio:
-Arthur às vezes é ingênuo de acreditar no governo!
-Minha tia Finoca me chamava de ingênuo. Ela já morreu, mas ainda bem que tenho Tasso para me alertar sobre minha ingenuidade-, replicou Virgílio.
-Peça à tia para rezar por mim -, atalhou Tasso.
O colega não perdeu a onda:
-Ela reza sempre. Até pelos meus inimigos, quanto mais por um amigo querido como Vossa Excelência!


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