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ELEIÇÃO
Até membros da administração municipal picham muros da cidade
Candidatos já sujam SP
em busca de votos em 98
ROGÉRIO GENTILE
da Reportagem Local
Faltando ainda um pouco menos
de dez meses para as eleições de
1998, candidatos a deputados já estão sujando a cidade de São Paulo,
pichando muros, paredes e postes.
A cidade, que ainda guarda várias marcas da eleição do ano passado (para prefeito e vereador), está sendo pintada pelos candidatos
com slogans eleitoreiros e mensagens de feliz ano novo.
O mais curioso é que alguns desses candidatos ocupam cargos ligados à administração municipal,
responsável pela limpeza.
É o caso do presidente da Prodam (Processamento de Dados do
Município, empresa municipal),
Carlos Augusto Meinberg.
Quem passa pela avenida 23 de
Maio pode observar em vários locais o nome do presidente da empresa, que se apresenta em letras
garrafais como Guto Meinberg.
O nome do vereador Hanna Garib (PPB), líder do prefeito Celso
Pitta na Câmara Municipal, também pode ser visto na região central da cidade ao lado do slogan
"passo a passo com você".
Justamente na área de influência
da administração regional da Sé,
órgão que ele controla politicamente e é responsável pela manutenção da limpeza pública.
Desde 1987, o despachante e líder
comunitário do Cambuci Wagner
Sugamele premia os candidatos
que mais emporcalham a cidade
com o troféu Porcolino, que ele
chama de "Oscar da sujeira".
Sugamele diz que a culpa é do
TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
"Se um candidato fosse punido,
acabaria a palhaçada", diz.
Nas avenidas mais movimentadas, os candidatos já iniciaram
uma disputa ferrenha pelos locais
mais visíveis. Cada um quer ocupar o espaço que o outro sujou primeiro. Na saída da rua Oscar Porto
para a 23 de Maio, por exemplo, o
nome de Garib foi pichado em cima do de Guto Meinberg.
Já no acesso da 23 de Maio para a
ligação Leste-Oeste o nome do
ex-deputado Gastone Righi (PTB)
também foi pintado sobre o de um
outro candidato.
Garib, Meinberg e Righi dizem
que ainda não decidiram se vão ser
candidatos em 1998 e que não são
responsáveis pelas pichações.
Segundo a assessoria de Meinberg, funcionários do Banespa
querem que ele dispute uma cadeira na Câmara. A assessoria diz não
saber quem fez as inscrições.
Segundo Righi, um candidato de
Diadema tem pichado o nome dele
ao lado do do seu para "ganhar
politicamente". "Sem minha autorização", diz.
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