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FRANGOGATE
Ex-prefeito era acusado por superfaturamento na compra de frangos
Maluf é inocentado pela Justiça de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
De férias em Paris, o ex-prefeito
Paulo Maluf (PPB) comemorou
ontem a decisão judicial que o
inocentou, em primeira instância,
das supostas irregularidades na
aquisição de frango durante a sua
gestão (1993-1996). Segundo a
Justiça de São Paulo, não houve
superfaturamento e o fato de a
empresa fornecedora pertencer à
mulher de Maluf, Sylvia, não
constitui ato irregular.
"Sempre confiei na Justiça. Longe dos conflitos político-eleitorais, a Justiça sempre prevalece",
afirmou Maluf, por meio de sua
assessoria. O ex-prefeito está há
duas semanas na capital francesa.
A condenação de Maluf e de outras duas pessoas havia sido requisitada pelo então promotor de
Justiça Alexandre de Moraes, hoje
secretário estadual de Justiça e da
Cidadania. A acusação era de superfaturamento na compra de 1,4
tonelada de frango, em julho de
1996, por R$ 1,39 milhão. O caso
tornou-se um dos mais polêmicos
envolvendo a gestão de Maluf.
Além do ex-prefeito, foram citados na ação Marcelo Daura, ex-presidente da Comissão de Preços, Francisco Martin, ex-secretário de Abastecimento, e as empresas Obelisco Agropecuária, que
pertence a Sylvia, e Ad'Oro.
Em sua decisão, o juiz Fernão
Borba Franco, da 2ª Vara da Fazenda Pública, condenou o Ministério Público, autor da ação, a pagar as despesas processuais.
Segundo o juiz, o "suposto lucro
decorrente do superfaturamento
(...) teria sido de meros R$
21.737,00. Isso não faz sentido, o
proveito é muito pequeno para
justificar operação de tamanha
envergadura". O valor representa
1,56% do total pago pelo município. "Tão diminuta diferença impossibilita reconhecer o suposto
superfaturamento."
Segundo o juiz, não é ilegal a
empresa pertencer à mulher de
Maluf. "Tal constatação é insuficiente para fundamentar a pretendida condenação -embora,
do ponto de vista exclusivamente
ético, a conduta seja condenável."
O procurador-geral de Justiça
de São Paulo, Luiz Antônio Marrey, afirmou que o promotor responsável pelo caso, Antônio Celso
Faria, irá recorrer da decisão judicial. Com relação ao pagamento
das custas do processo, Marrey
disse se tratar de uma medida
"ilegal". "Não tem base legal e
nunca ocorreu antes", disse Marrey.
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