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Ministro acha normal ser alvo
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O ministro dos Transportes,
Anderson Adauto, disse considerar "normal" ser alvo de acusações e atribuiu supostas pressões
para deixar o governo a setores
"com interesses contrariados"
por ele. Ele fez as declarações ontem no porto de Paranaguá (PR).
"Ele [o caso da CPI de Iturama"
está [sendo comentado" por interesses outros que o atual ministro
está contrariando dentro do ministério, e eu acho absolutamente
normal", disse.
"A partir do momento que você
tem um fato concreto, que é analisado e investigado pelo Ministério
Público e o Tribunal de Justiça faz
o julgamento e manda arquivar,
não tem mais por que esse assunto ser comentado", afirmou.
O Tribunal de Justiça de Minas
Gerais excluiu o ministro do processo que apura fraude de R$ 4
milhões supostamente praticada
por empresários amigos seus em
Iturama (MG), em 1996, por falta
de provas da vinculação.
Sobre os interesses que poderia
estar contrariando, Adauto disse
acreditar que o Palácio do Planalto "tenha mais informações" do
que ele. "Não tenho serviço de informações no meu ministério,
mas tenho certeza de que o Planalto tem um à disposição."
Sobre o encontro que teria com
Lula, Adauto negou a possibilidade de perder o ministério e disse:
"O presidente da República me
convidou e eu vou conversar com
ele com toda a dignidade e toda a
grandeza de alguém que não trabalhou e não lutou para ser ministro". Elevou o tom ao ser perguntado se poria o cargo à disposição.
"Deixem eu explicar uma coisa:
não trabalhei e não pedi para ser
ministro. Muito pelo contrário".
Sobre o fato de ser amigo, ter recebido doações de campanha e ter
nomeado como assessor um dos
investigados em Iturama, Adauto
disse que não poderia responder
por atos de amigos e vizinhos. "A
senhora responde pelos amigos
todos que tem? Pelos vizinhos do
condomínio? Se moro num condomínio e alguém pratica uma
coisa errada, que culpa eu posso
ter? Acredito que nenhuma."
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