São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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E-mails falam de "custo político" de obras no exterior

DA REPORTAGEM LOCAL

O custo da corrupção para uma empresa privada com investimentos em Angola é maior do que no Brasil. Enquanto lá se cobra 10% do lucro, no Brasil, a taxa é a metade, de 5%.
Esse é um dos comentários trocados por e-mail entre funcionários da construtora Camargo Corrêa. As conversas foram interceptadas pela Polícia Federal durante a Operação Castelo de Areia com autorização judicial.
O diálogo específico é entre Carlos Fernando Namur, diretor-superintendente de infraestrutura internacional da construtora, e um homem identificado apenas como Rodrigo Monteiro.
Segundo a Polícia Federal, Monteiro é funcionário da construtora no exterior.
Nas mensagens trocadas, eles falam sobre o andamento de obras fora do Brasil -em especial no Peru e em países da África- e sobre questões políticas.
Nos diálogos que têm como tema o "custo político" dos investimentos para a construtora, os dois comentam até que ponto compensa manter projetos em Angola, país onde a Camargo Corrêa também tem obras.
Depois de afirmarem que o "custo político" exigido em Angola é de 10%, Monteiro diz que, no Brasil, esse valor "gira em torno dos 5% do faturamento".
Ainda de acordo com o relatório da Polícia Federal, em outras conversas os dois interlocutores discutem a sucessão presidencial no Peru. Conversam sobre o apoio financeiro que a construtora Camargo Corrêa deveria dar e as vantagens e desvantagens políticas desses atos.
Em meio às conversas interceptadas, há citações de contas bancárias mantidas fora do país, que não foram declaradas no Brasil.


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