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E-mails falam de "custo político" de obras no exterior
DA REPORTAGEM LOCAL
O custo da corrupção para
uma empresa privada com
investimentos em Angola é
maior do que no Brasil. Enquanto lá se cobra 10% do lucro, no Brasil, a taxa é a metade, de 5%.
Esse é um dos comentários
trocados por e-mail entre
funcionários da construtora
Camargo Corrêa. As conversas foram interceptadas pela
Polícia Federal durante a
Operação Castelo de Areia
com autorização judicial.
O diálogo específico é entre Carlos Fernando Namur,
diretor-superintendente de
infraestrutura internacional
da construtora, e um homem
identificado apenas como
Rodrigo Monteiro.
Segundo a Polícia Federal,
Monteiro é funcionário da
construtora no exterior.
Nas mensagens trocadas,
eles falam sobre o andamento de obras fora do Brasil
-em especial no Peru e em
países da África- e sobre
questões políticas.
Nos diálogos que têm como tema o "custo político"
dos investimentos para a
construtora, os dois comentam até que ponto compensa
manter projetos em Angola,
país onde a Camargo Corrêa
também tem obras.
Depois de afirmarem que o
"custo político" exigido em
Angola é de 10%, Monteiro
diz que, no Brasil, esse valor
"gira em torno dos 5% do faturamento".
Ainda de acordo com o relatório da Polícia Federal, em
outras conversas os dois interlocutores discutem a sucessão presidencial no Peru.
Conversam sobre o apoio financeiro que a construtora
Camargo Corrêa deveria dar
e as vantagens e desvantagens políticas desses atos.
Em meio às conversas interceptadas, há citações de
contas bancárias mantidas
fora do país, que não foram
declaradas no Brasil.
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