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FUNCIONALISMO
Planalto teme veto de ACM
Governo adia fixação de teto salarial
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
O temor de um novo constrangimento para o governo adiou
ontem a fixação do teto salarial do
funcionalismo público em R$
12.720. O Palácio do Planalto avaliou que o valor poderia ser vetado pelo presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que aderiu à campanha pelo
reajuste do salário mínimo para o
equivalente a US$ 100.
O porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière, afirmou ontem que FHC está esperando um
"acordo total e pleno" no Congresso sobre teto para convocar
os chefes dos outros Poderes e tomar uma decisão sobre o assunto.
Segundo ele, o governo está encaminhando o tema nas discussões sobre a emenda do subteto
do funcionalismo que está no
Congresso.
O porta-voz disse que há possibilidade de a decisão sobre o tema
ocorrer antes do fim de abril, prazo para o final dos estudos sobre
aumento de salário mínimo.
A fixação do teto salarial representará um aumento de 59% para
deputados e senadores, que ganham R$ 8.000 por mês, inclusive
para ACM. É muito menos do que
o reajuste que seu partido defende
para o salário mínimo de R$ 136,
de pouco mais de 30%.
O presidente Fernando Henrique Cardoso já concordou com a
fixação do teto salarial em R$
12.720 e com a manutenção de
vantagens especiais ""extra-teto",
como o acúmulo de aposentadorias para quem ocupa cargos eletivos ou de confiança e o pagamento de até seis salários extras por
ano aos parlamentares.
A proposta vem sendo negociada como alternativa para evitar a
greve de juízes, prevista para o
próximo dia 28. Já contava ontem
com o aval do presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos
Velloso, e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Faltava ACM. A
falta de acordo deverá servir de
impulso para a paralisação.
A fixação do novo teto salarial
poderá custar ainda mais caro para o contribuinte. O governo já
prevê uma corrida à Justiça contra o corte dos salários que ultrapassam o teto. Com a economia a
ser proporcionada pelo teto
ameaçada, restaria ao contribuinte pagar a conta do reajuste salarial da cúpula da administração
pública, estimada inicialmente
em R$ 224,4 milhões por ano.
A assessoria de FHC estima em
mais de R$ 30 milhões a economia que a fixação do teto permitiria com o corte de altos salários no
Poder Executivo federal.
Colaborou Silvana de Freitas, da Sucursal
de Brasília
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