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PRECATÓRIOS
Emissão suspeita de títulos públicos leva a acusação contra 13 pessoas
Juiz acata denúncia contra Suruagy
da Sucursal do Rio
O juiz Marcello Granado, da 7ª
Vara Federal do Rio, aceitou na
semana passada denúncia da Procuradoria da República contra 13
acusados de envolvimento em irregularidades na emissão de títulos para pagamento de precatórios por Alagoas. Precatórios são
dívidas cujo pagamento é determinado pela Justiça.
Entre os denunciados estão o
ex-governador de Alagoas Divaldo Suruagy; o ex-secretário da Fazenda de Alagoas José Pereira de
Sousa; o ex-coordenador da Dívida Pública da cidade de São Paulo
Wagner Ramos. Os demais acusados são o economista Marcus
Vinícius Guimarães e nove dirigentes do banco Maxi-Divisa e
das corretoras Astra e Mercado.
As acusações são de crimes de
peculato (uso de dinheiro público
em benefício próprio ou de terceiros), de falsificação de documentos e de gestão fraudulenta.
O governo de Alagoas emitiu
em 1996 R$ 301 milhões em títulos
para pagamento de precatórios. A
emissão foi assessorada por Ramos e Guimarães e a colocação
dos títulos no mercado passou
pelo Maxi-Divisa, pela Astra e pela Mercado.
Com base em apuração da CPI
dos Precatórios, os procuradores
sustentam que só havia R$ 16,5
milhões em títulos a pagar.
Sobre a colocação dos papéis no
mercado, a acusação é de ter sido
montada uma "cadeia da felicidade", com a distribuição ao longo
dessa cadeia do deságio (desconto) de 9,79% concedido pelo Estado na colocação dos papéis.
Outro lado
Suruagy negou ontem seu envolvimento em qualquer irregularidade. Ele sustenta que todo o dinheiro arrecadado com os títulos
foram utilizados para o pagamento dos salários dos servidores, de
dívidas do Estado com fornecedores e prestadores de serviços.
A advogada Dora Cavalcanti
Cordani, uma das responsáveis
pela defesa de Wagner Ramos,
afirmou ontem que as acusações
contra seu cliente são ""absurdas".
""Não li ainda a denúncia, mas
ele não pode ser considerado co-autor de atos praticados pelo banco e pelo governo do Estado. Ele
só prestou uma assessoria."
O advogado da Astra e da Mercado, Fernando Orotavo, disse
que a denúncia dos procuradores
"não tem nenhum fundamento" e
que os ganhos obtidos pelas corretoras com o deságio foi normal.
A Folha procurou o advogado
do Maxi-Divisa, Técio Lins e Silva, mas ele estava viajando. O economista Marcus Vinícius Guimarães não quis dar declarações.
Colaboraram a Agência Folha
e a Reportagem Local
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