São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nilmário afirma que acusação é "inverossímil"

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário especial dos Direitos Humanos da Presidência, Nilmário Miranda, definiu ontem como "inverossímil" a acusação de que o ex-vice-prefeito de Anapu (PA) Francisco de Assis de Souza, o Chiquinho do PT, é o mandante do assassinato de Dorothy Stang.
Representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anapu, Chiquinho foi acusado por Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, suspeito de ser o autor dos disparos contra a religiosa.
"É tão inverossímil. Não estou preocupado com isso. Nem a polícia. Isso só serve para atrasar o trabalho policial", disse o ministro após falar ao telefone com policiais federais que investigam o caso em Anapu.
Políticos do PT, ativistas de direitos humanos do Pará e representantes da igreja católica rebateram as acusações de Fogoió. Chiquinho do PT era conhecido como "filho de Dorothy" na região, devido à sua proximidade com a freira.
A irmã Jane Dwyer,64, companheira de Dorothy Stang na casa das irmãs da Congregação de Notre Dame, em Anapu, reagiu com indignação à acusação contra o ex-candidato a prefeito da cidade: ""Chiquinho convive com irmã Dorothy desde os 12 anos. Ele era como um filho para ela", disse.
Presidente da comissão externa do Congresso Nacional responsável por acompanhar as investigações, a senadora Ana Julia Carepa (PT-PA) afirmou que a acusação é uma manobra "diversionista" de madeireiros e grileiros da região.
Chiquinho tem seu nome na lista de pessoas ameaçadas de morte que a CPT (Comissão Pastoral da Terra) entregou ao governo. Segundo Nilmário, será oferecida proteção policial ao ex-vice-prefeito.


Texto Anterior: Preso dá versões diferentes sobre o mandante do crime
Próximo Texto: Exército cria disque-denúncia para caso Dorothy
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.