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Painel
O jogo dos rebeldes
Os oposicionistas do PMDB
pretendem criar um clima emocional na convenção de 8 de
março para tentar adiar para junho a decisão sobre candidatura
presidencial própria ou não.
O dedo de Sarney
Caso o PMDB decida em 8 de
março não ter candidato próprio ao Planalto, Paes de Andrade começará no dia seguinte a
trabalhar para que o partido vá
de Lula ou Ciro, já que a convenção não terá discutido especificamente o apoio a FHC.
O império contra-ataca
Os governistas do PMDB planejam levar uma claque maior
que a dos oposicionistas para a
convenção de 8 de março. É para
tentar evitar que se empurre a
decisão para junho. Só Iris (Justiça) está garantindo a presença
de 6 mil pessoas de Goiás.
Tô pedindo demais, uai?!
A ala que defende candidatura
própria no PMDB avalia que,
hoje, perderia. Daí, apelar para
os convencionais apenas darem
uma chance a Itamar e esperarem junho, fim do prazo legal
para decidir sobre coligações.
Reza brava
Se tiver êxito em empurrar para junho a decisão do PMDB, os
oposicionistas avaliam que desgastariam fortemente FHC. E
torcerão para que o presidente
se esborrache e Itamar de fato
acabe disputando o Planalto.
Banho-maria
Quem conhece Itamar diz que
ele continua com a mesma avaliação: hoje não disputaria o Planalto, mas, para que tenha a mínima chance, é melhor que o
PMDB não tome em 8 de março
uma decisão que beneficie FHC.
Soco no queixo
A ala pró-Itamar no PMDB
acha que ele deve telefonar para
o governador Antônio Britto
(RS), aliado de FHC. Só para relembrar os tempos em que Itamar era presidente e Britto, apenas ministro da Previdência.
Resistência católica
A CPT quer que o assentamento Padre Josimo Tavares (PA)
mude de nome. Para religiosos
da Comissão Pastoral da Terra,
usar o nome do padre, morto na
década de 80 por pistoleiros, é
jogada de marketing de Raul
Jungmann (Política Fundiária).
Estratégia de guerra
FHC decidiu tocar o projeto do
Ministério da Defesa só após as
eleições. Acha que sua criação
logo geraria problemas entre civis e militares, assunto indigesto
para a campanha da reeleição.
Vitamina nele
Interlocutores de Maluf (PPB)
dizem que ele anda estimulando
Pitta a trabalhar um pouco mais.
Afirmam que o prefeito de São
Paulo cumpre uma rotina burocrática. Exatamente o contrário
do ex-prefeito, que tinha uma
carga horária bem maior.
Caixa-preta
A Petrobrás enfrenta um problema para cumprir algumas
exigências da ANP. Como atuava sozinha, a empresa não sabe
os custos de muitas operações
isoladas, que agora terá de prestar a terceiros. Exemplo: transportes de óleo e gás por dutos.
Baixo astral
O PT paulista está com dificuldade de formar sua chapa de
candidatos a deputado federal
por falta de nomes. Por enquanto, só há 38 voluntários, de um
total de 105 vagas. Já há quem
tema diminuição da bancada.
Marketing é o que vale
O governo começa a montar
em abril uma rede pública de informações sobre a área da Saúde, com dados de IBGE, Fundação Getúlio Vargas e ministérios
A idéia é reunir dados para combater a divulgação de supostas
notícias erradas no exterior.
Fora de hora
Apesar do caos no Rio, o Itamaraty faz lobby para que a cidade vire a sede da Alca (Área de
Livre Comércio das Américas).
A prefeitura do Rio calcula que
isso renderia uma boa bolada.
Vexame internacional
Por conta da invasão do Parque do Iguaçu (PR), o Ibama estuda o cancelamento da visista
da Rainha Margrethe 2ª da Dinamarca às cataratas do Iguaçu,
marcada para o final de março.
TIROTEIO
De Ivan Valente (PT-SP), sobre o governo Covas contratar
assessoria de imprensa para melhorar a imagem da política educacional do PSDB:
- É a versão tucana do tema
"A Educação a serviço da vida e
da esperança" da campanha da
Fraternidade: a Educação a serviço da manipulação do povo no
ano eleitoral.
CONTRAPONTO
Maluco beleza
Uma das maiores dores de cabeça dos políticos paraibanos na década de 60 era um sujeito popular que morava nas ruas de João Pessoa e atendia pelo apelido de Mocidade.
Ele não podia ver uma aglomeração que disparava a discursar contra o poderoso de plantão.
No meio de seu mandato, já cansado de aturar Mocidade, o governador João Agripino Filho ( 66-71) teve uma idéia.
Convidou Mocidade para morar em um quarto nos fundos do Palácio da Redenção. A tática deu certo por cerca de um ano.
Durante um passeata de estudantes, porém, Mocidade não resistiu aos apelos e, em cima dos muros do palácio, fez um longo discurso contra Agripino.
O governador não se conformou e chamou Mocidade:
- Eu lhe dou o palácio, comida, e você ainda me critica!?
Mocidade não se abalou:
- João. Você tem que ficar contente. Governo é para sofrer mesmo!
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