São Paulo, domingo, 22 de março de 1998

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Painel

Armar um salto
FHC tem ouvido de André Lara Resende e de Edmar Bacha, economistas que ajudaram a planejar o Real, que é preciso elevar o percentual das pequenas e frequentes desvalorizações do câmbio. E preparar as condições para uma paulada mais forte no prazo de 12 a 18 meses.


Fica como está

No Planalto, dizem que Malan (Fazenda) insiste em manter o ritmo e o percentual das desvalorizações do câmbio. E que não quer ouvir falar de mudança mais brusca, alegando que a atual política econômica não precisa de reparos no atacado.


Celeiro de estadistas

Na eleição de 90, Jandaia do Sul (PR) , base do deputado-pianista José Borba, ajudou a eleger outros dois políticos: Carlos Massa (o Ratinho da TV) e Benedito de Oliveira, o Pinga-Fogo, que renunciou, acusado de vender o mandato ao suplente.


Malandragem

Dos cerca de R$ 6,909 bi da CPMF em 97, a Saúde recebeu R$ 5,18 bi e o FEF, R$1,38 bi. Os restantes R$ 350 mi ficaram no Tesouro. Paulo Bernardo (PT) desconfia que o dinheiro foi usado para pagar juros e pedirá explicações a Malan (Fazenda).


Deu no pé
O advogado Pedro Gordilho, ex-ministro do TSE, desistiu da causa de Sérgio Naya (ex-PPB).

Cacife alto
O serviço de inteligência da Receita detectou a participação do milionário norte-americano Donald Trump no lobby para a legalização do jogo no Brasil.

Espaço paulista

O PPS trabalha forte, com simpatia de Erundina, por uma aliança em São Paulo com o PSB, que lançou Pedro Dallari ao governo. Seria uma forma de conseguir palanque para Ciro.


Chiste peemedebista

Descobriram o verdadeiro padrinho de Eliseu Padilha no governo. É Everardo Maciel, que mandou o ministro acertar com o Leão as contas de empresas ligadas a ele. Pega mal para quem goza de prestígio no Planalto.



Ouro puro
Se for para o Ministério da Saúde, Serra deve levar a Secretaria de Saneamento, atualmente vinculada ao Planejamento. Argumento: é vital na área de saúde preventiva. Motivo não declarado: é uma mina eleitoral.

Troca-troca
O atual presidente do Incra, Milton Seligman, é um dos nomes que FHC cogita para o Ministério do Trabalho, caso efetive a mudança de Paulo Paiva para a pasta do Planejamento.

Avanço governista

Os rebeldes Ronaldo Cunha Lima e Orestes Quércia se acertaram com os governistas do PMDB. Quércia promete estadualizar a campanha ao governo de SP, mas a bancada ainda quer convencê-lo a ser deputado. Itamar e Requião estão isolados.


Conhecimento de causa

Quando for debater a Paulipetro com Maluf, Covas poderia chamar seu secretário dos Transportes, Michael Zeitlin, para mediador. É que ele foi um dos executivos da fracassada empreitada malufista.


Alta voltagem
De um cacique pefelista, sobre a disputa PSDB-PFL: "É uma guerra fria, mas é uma guerra que pode ficar quente. Ninguém sabe ainda qual é o divisor".

Presente de grego
No aniversário de uma neta, na Granja do Torto, FHC foi interpelado por um convidado, mutuário da Encol, sobre a alardeada ajuda federal aos moradores do Palace 2. Sua resposta: "É coisa do Antônio Carlos".

Direito cerceado

O ombudsman da polícia de SP, Domingos Mariano, enviou uma representação ao Ministério Público acusando a PM e a Polícia Civil de punir os policiais que se queixam de superiores. Cerca de 10% do casos que chegam à Ouvidoria são internos.


Investigação in loco

O deputado estadual João Caldas (PMN) diz que vai propor, na próxima vez que houver quórum na Assembléia de Alagoas, a instalação de uma delegacia dentro da Casa, onde se cometeriam crimes. Detalhe: há dois meses não há quórum.


TIROTEIO
Do líder na Câmara, Aécio Neves (MG), tripudiando sobre a reação pefelista ao convite para José Serra ocupar a Saúde:
- Se o PFL está pensando na eleição de 2002, nós já estamos de olho em 2006.


CONTRAPONTO

A coerência não resiste ao tempo
Enquanto estava no PPR, que depois se uniria ao PP, originando o PPB, o deputado Nelson Marchezan (hoje no PSDB) tentou fundir o partido com o PFL.
Marchezan achava que a nova legenda poderia ficar com o "L" do PFL, e ganhar uma conotação social com a letra "S", formando a sigla PLS (Partido Liberal Social). O nome até agradou, mas a iniciativa foi um fracasso.
Marchezan não encontrou receptividade em Esperidião Amin (SC), que na época dirigia o partido e andava às turras com Paulo Maluf. Mas foi na cúpula pefelista, que hoje anda de namoro escancarado com o ex-prefeito de São Paulo, que encontrou a maior resistência.
Uma conversa com o vice-presidente Marco Maciel e o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), foi decisiva para sepultar de vez os planos de fusão.
Depois de elogiarem a sigla, PSL, os dois acrescentaram:
- Mas um partido desses não pode suportar o Maluf.



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