São Paulo, domingo, 22 de março de 1998

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Estados Unidos têm 800 mil entidades


"O terceiro setor, às vezes um osso duro de roer para os governantes, é essencial para uma democracia"
da Reportagem Local

"O papel do Terceiro Setor e da empresa privada na reforma do Estado" será o segundo tema a ser abordado pelo seminário do Conselho de Reforma do Estado na sexta-feira, 27 de março.
Uma das palestras estará a cargo de Peggy Dulany, fundadora e presidente do Synergos Institute, que descreverá a experiência das ONGs, as organizações não-governamentais, nos EUA.
Peggy chama atenção para a ampla terminologia do setor das entidades sem fins lucrativos nos Estados Unidos. É conhecido como o setor independente, o terceiro setor, o setor não-governamental, o setor privado voluntário e a sociedade civil, entre outros termos.
Ela diz que seu tio, John Rockefeller 3º, de brincadeira apelidou o setor das ONGs de o "setor invisível", simplesmente porque não é claramente reconhecido nem pelo governo nem pelo mercado. Há, segundo Peggy, 800 mil ONGs nos Estados Unidos.
A presidente do Synergos diz que à medida que o governo do Brasil -assim como governos em todo o mundo- procuram se reinventar em busca de uma atuação mais eficiente, "aceitar e mesmo demandar a participação do terceiro setor, que, às vezes, é um osso duro de roer para os governantes, é essencial para uma sociedade saudavelmente democrática".
O sociólogo Augusto de Franco, conselheiro da Comunidade Solidária e coordenador do Instituto de Política, que também participará da discussão do tema, abordará em sua exposição, entre outras questões relacionadas ao tema central, o conceito de capital social.
Franco afirma que faz diferença se temos uma sociedade desenvolvida, entrelaçada na sua base, organizada por miríades de instituições de opinião e interesse, ou se temos uma sociedade incipiente do ponto de vista organizacional.
Essa diferença, diz, é o capital social, que pode ser compreendido como a relação direta entre os graus de associacionismo, confiança e cooperação atingidos por uma sociedade democrática, organizada do ponto de vista cívico e de cidadania, e a boa governança e a prosperidade econômica.
O empresário Horácio Lafer Piva, da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), participará do painel sobre o papel do terceiro setor e da empresa privado na reforma do Estado.
Para ele, o terceiro setor pode ser visto como restaurador da vida familiar e comunitária.



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