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São Paulo, Segunda-feira, 22 de Março de 1999
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PAINEL Desvio de finalidade O BID deverá cobrar explicações do governo se o empréstimo de US$ 2,2 bi que fez ao país tiver o mesmo fim que um financiamento do Banco Mundial. A verba, que deveria ser usada para ""proteger gastos sociais durante possível contração econômica", foi parar no pagamento de juros. Pintando uma trombada Temer (PMDB) é contra uma CPI mista do Congresso (senadores e deputados) para investigar o Judiciário. O presidente da Câmara não quer entrar na manobra de ACM (PFL) e vai jogar as fichas numa comissão especial, que instala nesta semana, para a reforma da Justiça. Ação coordenada O PMDB pegará leve na CPI do Judiciário. Além de ligado ao lobby dos magistrados, o partido acha que se trata de um articulação entre FHC e ACM. Para intimidar a Justiça na hora de julgar reposição salarial dos trabalhadores e eventuais medidas de contenção de despesa, como redução de salário de servidores. Costura baiana ACM, que já recebeu apoio parcial de Celso de Mello, presidente do STF, busca mais suporte no tribunal para a CPI do Judiciário. Jantou na semana passada com Nelson Jobim e Carlos Velloso, ministros do Supremo. Sede de verba O Planalto está fechando o remanejamento de verbas para compensar o Ministério dos Transportes pela perda da receita do imposto verde. Nada perto de R$ 1,2 bi que o PMDB esperava arrecadar com o tributo. Te cuida, Chile Gustavo Franco (ex-Banco Central) embarcou ontem para Santiago do Chile. Indagado sobre o motivo da viagem, fez mistério: ""Uma missão impossível". Quem te viu, quem te vê Como advogado de empresários acusados de desviar incentivos da Sudam, o ex-procurador Aristides Junqueira entrou no Ministério Público com representação contra antigos colegas do órgão que denunciaram os mesmos empresários à Justiça. Bote mais adiante O PFL e o vice-prefeito de São Paulo, Régis de Oliveira, que saiu da sigla, estão acertando um novo casamento. Mas só na hora certa. Hoje, fariam uma afronta a Pitta, cercado pela máfia da propina. Seria assinar o recibo de que querem seu impeachment. Amadorismo demais De um cardeal pefelista, sobre Pitta ter posto o vice Régis de Oliveira na corregedoria da prefeitura: ""É realmente um gênio! Deu à pessoa que pode, e tem interesse em sucedê-lo no caso de impeachment, poder para investigar corrupção em São Paulo. Piada paulistana A corrupção que corre solta na Prefeitura de São Paulo modificou o lema oficioso de uma tradicional corrente política do Estado. Acabou o ""rouba mas faz". E entrou o ""rouba e não faz". Flash mortal Empresários da siderurgia nacional atribuem o vantajoso acordo que a Rússia obteve dos EUA para evitar processo anti-dumping contra o seu aço a um operação digna da KGB, a cargo de uma loira linda de morrer. ""O Brasil bobeou, deveria ter escalado a Tiazinha", brinca um deles. Desperdício inexplicável Secretário de Ciência e Tecnologia de Covas, José Aníbal vai se reunir com Pitta nesta semana para propor que um Caic (Centro de Assistência Integral à Criança), que está fechado na zona leste, vire escola técnica. Versão petista Marta Suplicy, pré-candidata à Prefeitura de São Paulo em 2000, jura que foi ela que disse não à Rede Globo. Afirma que está em negociação com a Record e com a Bandeirantes para voltar a estrelar um programa de TV. Cabeças a prêmio A proibição de coligação nas eleições proporcionais e a cláusula de desempenho partidário ferem de morte Brizola (PDT), Arraes (PSB) e Roberto Freire (PPS). Com a reforma política na agenda, os três não têm cabeça para outra coisa a não ser cuidar da própria sobrevivência. TIROTEIO De Aloízio Mercadante (PT-SP), sobre Pedro Malan (Fazenda) e Armínio Fraga (Banco Central) terem marcado depoimento na Câmara para falar do acordo com o FMI só após a aprovação de todas as medidas do ajuste fiscal prometido ao Fundo: - O governo enfiou esse acordo goela abaixo do Congresso, que referendou tudo calado. CONTRAPONTO Não era neoliberal O novo governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (PSDB), só recebe elogios nos gabinetes em Brasília. De FHC ao ministro Pedro Malan (Fazenda), todos dizem que ele está no caminho certo. Suas medidas são música para a área econômica: corte de gastos, enxugamento administrativo, redução de salários. José Ignácio, por sua vez, não fala de outra coisa. Que o diga a bancada capixaba na Câmara, que semana passada teve de ouvir o mesmo e longo discurso. O vocabulário não mudou nem quando o governador precisou ir ao banheiro: - Vocês me dêem licença um minuto, que eu vou tirar a liquidez. Depois de tantas horas de conversa, estou com excesso! A seu lado, Rita Camata (PMDB) lembrou-se que Ulysses Guimarães nunca interrompia as longas reuniões da Constituinte por um motivo tão pueril: - É, o dr. Ulysses não tinha esse problema, não! Próximo Texto: Entrevista da 2ª: Indexação não descontrola a inflação, diz economista Índice |
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