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ROMBO AMAZÔNICO
Pinho Brasil foi secretário do Incra
Ex-assessor de Jader é condenado por fraude em desapropriação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O braço direito de Jader Barbalho no Ministério da Reforma e
do Desenvolvimento Agrário (governo José Sarney), Antônio César Pinho Brasil, foi condenado a
cinco anos e quatro meses de prisão por peculato em processo criminal que apura fraude na desapropriação da fazenda Paraíso,
que aparentemente não existia.
É a primeira condenação de alguém ligado a Jader em ação que
o envolve indiretamente. A sentença é do juiz da 12ª Vara Federal
em Brasília, Eduardo Morais.
A fraude, estimada em R$ 5,3
milhões, foi montada e executada
em 1988, quando Jader era ministro. Pinho Brasil era o secretário
de Recursos Fundiários do Incra.
Pinho Brasil obteve o direito à
prisão semi-aberta por ser réu
primário e só cumprirá pena se a
sentença se tornar definitiva (cabe recurso). Outras três pessoas
foram condenadas: Vicente de
Paula Pedrosa da Silva, que ofereceu a fazenda à desapropriação, e
dois então funcionários do Incra.
Jader não é réu na ação, mas o
seu nome aparece no processo
por duas razões. A primeira é que
ele enviou, em maio de 1988, ofício ao Planalto recomendando a
desapropriação após um processo apressado e irregular.
A segunda: em depoimento, Sebastião Azevedo, que era chefe do
Departamento de Desapropriação e Aquisição do órgão e hoje
preside o Incra, diz que a gestão
de Jader "primava pelo atendimento de interesses particulares".
A fazenda Paraíso teria 58 mil
hectares, em Viseu (PA), mas os
autos sugerem que ela nunca existiu: a área seria de outras fazendas. Para o juiz, o imóvel é provavelmente um "imbróglio ardilosamente arquitetado para induzir
o poder público a incidir em erro". Segundo a Procuradoria, o
governo liberou a Vicente de Paula 55.221 Títulos da Dívida Agrária, que hoje valeriam R$ 5,3 milhões. Os títulos, hoje bloqueados,
teriam sido vendidos por Vicente
a Serafim Rodrigues de Moraes.
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