São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE @- painel@uol.com.br

Ela pode

Depois de vencer o embate com Marina Silva, obrigada por Lula a reorientar o Ministério do Meio Ambiente de modo a não atrapalhar o PAC, Dilma Rousseff deverá anotar mais um ponto, com a ida de sua pupila Maria das Graças Foster, presidente da BR Distribuidora, para a diretoria de Gás e Energia da Petrobras. Vem de longe a queda-de-braço entre a chefe da Casa Civil e o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, defensor da permanência de Ildo Sauer no posto a ser ocupado por Foster. Em seu momento mais dramático, a novela teve uma conversa Lula-Gabrielli em que este disse que, se fosse para Dilma mandar assim na Petrobras, seria melhor arranjar outro presidente para a empresa. Agora é engolir o sapo.

Brejo. Em termos de sapo, o de Gabrielli só rivaliza com o de Miguel Jorge, observa uma raposa petista. Com sinal verde de Lula, o ministro do Desenvolvimento anunciou ao mundo que escolheria o presidente do BNDES, para em seguida receber um prato feito chamado Luciano Coutinho.

Ah, bom... Acusados de excesso de apetite, os dez deputados do PMDB do Rio esclarecem: a indicação de Luiz Paulo Conde para Furnas é da bancada. Já a de Moreira Franco para a BR Distribuidora seria só do presidente do partido, Michel Temer.

Maioridade. O PP, que agora se apresenta como "o terceiro maior partido da coalizão", espera manter Paulo Roberto Costa na diretoria e Abastecimento da Petrobras, além de escalar gente sua no IRB, CEF e Anvisa.

Bom pra quem? Conveniente para Serra, Aécio e Lula, o fim da reeleição seria péssimo para o PT, que nesse cenário teria ainda mais dificuldade de construir uma liderança alternativa ao atual presidente. Não é à toa que José Dirceu está se esgoelando contra a idéia em seu blog.

PT x PT 1. O Palácio do Planalto e os petistas "refundadores", Tarso Genro à frente, estimulam José de Filippi a disputar a presidência do partido em São Paulo. O prefeito de Diadema, tesoureiro da campanha reeleitoral de Lula, é considerado opção mais manobrável do que o deputado João Paulo Cunha, pré-candidato ao posto.

PT x PT 2. Paulo Frateschi, há oito anos no comando do PT paulista, apóia João Paulo, mas ao mesmo tempo dá corda a uma idéia cara aos atuais dirigentes: prorrogar os mandatos até 2009.

Cá pra nós. A ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, deixou claro para integrantes da equipe econômica brasileira que não morre de amores pelo "Banco do Sul", instituição regional de fomento proposta por Hugo Chávez e apoiada com entusiasmo por Néstor Kirchner.

Arbitragem. Do tucano Luiz Paulo Velloso Lucas sobre o projeto que amplia as ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação), defendido pelo presidente da sigla, Tasso Jereissati: "ZPE é ótimo negócio para quem está dentro e péssimo para quem está fora. Mas o melhor emprego é o de dono da boate, que decide quem entra".

Vôo solo. Apesar das afinidades entre o deputado tucano Jutahy Júnior e o governo petista da Bahia, o PSDB terá candidato próprio em Salvador no ano que vem: o ex-prefeito Antonio Imbassahy.

Patrulha da moda. Depois da polêmica proibição de chapéus no plenário, Arlindo Chinaglia (PT-SP) ensaiou disciplinar também o uso de bombachas, a pretexto de um questionamento do gaúcho Pompeu de Mattos (PDT-RS). Imediatamente os demais integrantes da Mesa Diretora aconselharam o presidente da Câmara a deixar as questões de indumentária para lá.

Só água. Antiga aliada dos tucanos em SP, a Força Sindical, agora com os dois pés no barco de Lula, deu com a cara na porta ao pedir a anual colaboração de R$ 100 mil da Nossa Caixa e da Sabesp, empresas do governo do Estado, para seu 1º de Maio. A companhia de saneamento até ofereceu ajuda, mas apenas distribuindo água na festa.

Tiroteio

Com tempero tucano-petista, o fim da reeleição é uma forte evidência da possibilidade de entendimento entre "republicidas".


Do cientista político RENATO LESSA , sobre as conversas entre membros do PT e do PSDB com o objetivo de aprovar no Congresso o fim da possibilidade de reeleição para presidente, governador e prefeito.

Contraponto

Elementar

Ciro Gomes (PSB-CE), um dos deputados mais assíduos no início da legislatura, ficou fora de Brasília por quinze dias, o que gerou especulações sobre possível desentendimento com o governo.
Ao retornar à Câmara, na semana passada, teve de explicar a parlamentares e jornalistas a razão do sumiço.
-Sua ausência gerou mais teorias do que os mistérios da série "Lost" -, provocou uma repórter.
-Alguém aventou a hipótese de preguiça?-, rebateu ele.
Diante da negativa, o ex-ministro completou, sorrindo:
-Então todo mundo errou: foi esse o motivo.


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