|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERSONALIDADE
Presidente do Senado tem crise de choro ao saber da morte do
filho
"Por que não eu?', diz ACM
da Sucursal de Brasília
O presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
ficou desesperado ao saber da
morte do filho, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). "Perdi a minha
vida. Por que não fui eu? Por que o
meu filho?", disse ACM, chorando, segundo o relato do senador
Francelino Pereira (PFL-MG).
ACM já perdeu uma filha, a caçula Ana Lúcia Maron de Magalhães, que se suicidou aos 28 anos.
O desabafo foi feito quando
ACM abraçava Francelino, ainda
segundo o senador mineiro, que
saiu do Hospital Santa Lúcia por
volta das 21h.
O vice-presidente do Supremo
Tribunal Federal, Carlos Velloso,
que deixou o hospital logo depois,
afirmou que ACM havia sido medicado para controlar o nervosismo. Segundo Velloso, o senador
estava "em prantos".
Por volta das 17h15, ACM deu
uma entrevista coletiva e procurou minimizar a gravidade do infarto sofrido por Luís Eduardo. Ele
chegou a desautorizar as declarações do chefe do Serviço Médico
da Câmara, José Luiz Veloso, o
primeiro a anunciar o infarto.
"Esse chefe não deve entender
nada de cardiologia. Ele não tem
autoridade para isso, porque não
viu o doente", disse o senador.
Tentando amenizar o problema,
o senador ainda fez uma afirmação contraditória durante a entrevista: "Não acredito que tenha sido infarto. Isso ainda pode acontecer. Se foi, foi pequeno". ACM é
médico, formado em 52 pela Universidade Federal da Bahia.
Antes de ACM, o porta-voz da
presidência do Senado, Fernando
César Mesquita, havia transmitido
a versão da família, omitindo o infarto.
"Houve efetivamente um problema circulatório. A informação
é que a situação está sob controle e
que ele (Luís Eduardo) está fora de
perigo", disse Mesquita, pouco
depois das 17h.
O próprio Mesquita, cerca de
três horas depois, anunciou a
morte de Luís Eduardo. Ele se
aproximou dos jornalistas e fez
um sinal de negativo, com o polegar voltado para baixo.
ACM foi informado da gravidade da situação por volta das 19h.
Preocupado, ficou sentado à porta
da Unidade de Terapia Intensiva,
enquanto o cardiologista Bernardino Tranchesi Jr., médico da família, examinava o deputado.
O anúncio da morte ampliou a
movimentação de políticos no
hospital. O líder do governo no
Congresso, senador José Roberto
Arruda (PSDB-DF), foi o primeiro
a chegar depois do anúncio.
"Quando eu saí, estava tudo
bem", disse Arruda, pouco depois
das 20h, demonstrando surpresa.
Ele havia estado no hospital durante a tarde.
"ACM não tem como se refazer
emocionalmente desta perda. Ele
nunca mais será o mesmo. Todo
pai tem um projeto para o filho e
ACM trabalhou muito para preparar o projeto político do filho",
disse o senador Epitácio Cafeteira
(PPB-MA).
O vice-presidente Marco Maciel
saiu do hospital minutos antes do
anúncio da morte. Cercado pelos
jornalistas, ele disse apenas que
esperava que tudo acabasse bem.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|