São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Tucano defende atual política de reajuste aos servidores

Democracia demais barrou reforma tributária, diz Serra

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidenciável tucano, José Serra, disse ontem que o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso não conseguiu aprovar uma reforma tributária ampla por ter "ouvido democraticamente demais" todos os setores.
"Não é que você não tem de ouvir. Mas ouviu todo mundo, levou em conta todas as opiniões e todos os setores e no final ficou uma resultante difícil", afirmou Serra.
O pré-candidato, em entrevista à rádio CBN também criticou ontem propostas dos adversários em relação ao funcionalismo público, ao dizer que "dinheiro não nasce em árvore".
Anteontem, o pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu uma ampla negociação com os servidores públicos para recuperar perdas salariais.
O tucano defendeu a política do governo em relação aos servidores. Disse que houve um aumento em valores reais da despesa com pessoal do governo federal: de R$ 55 bilhões, em 94, para R$ 69 bilhões, em 2001. Afirmou ser a favor do reajuste de acordo com o crescimento da arrecadação.

O QUE FHC NÃO FEZ - "[Foi feito" pouco em habitação, pouco em saneamento (...) O governo federal poderia ter entrado mais [na segurança". A médio prazo juros menores. Isso é possível fazer de maneira responsável".

PFL - "Nós estamos abertos a expandir nossa aliança com o PFL, que já vem acontecendo em alguns Estados, como o Rio de Janeiro. Há algum tempo, as pessoas diziam que isso era impossível, que o PFL tinha rompido inteiramente [com o PSDB". A realidade está mostrando que a situação passa a ser outra".

FUNCIONALISMO - "Nós vamos reajustar o funcionalismo na medida do crescimento da arrecadação. Dinheiro não nasce em árvore, infelizmente. E não dá para deixar de pagar nenhuma outra conta, como alguns candidatos sugerem, parar de pagar juros".

REELEIÇÃO - "Votei a favor, e hoje temos elementos para fazer balanço e decidir o que fazer para o futuro. É uma questão que está em aberto, para ouvir o Congresso, uma vez sendo presidente".

REFORMA TRIBUTÁRIA - "Não adianta pôr oito objetivos na mesa. São objetivos contraditórios. Nós temos que concentrar na questão do produto nacional para atrair mais investimentos e gerar mais empregos. O governo tentou fazer. O equívoco foi ouvir democraticamente demais. Não é que você não tem de ouvir. Mas ouviu todo mundo, levou em conta todas as opiniões e todos os setores e no final ficou uma resultante difícil. Aprendemos a lição".

APOSENTADOS - "Parece-me que a aposentadoria [pública ocorre" excessivamente cedo. Aí se cria um ciclo vicioso porque, se é muito cedo, tem de contratar gente nova e diminui o dinheiro para pagar o próprio funcionalismo, que no caso da área pública, é aposentadoria integral. Sou [a favor" de um regime único, estabelecendo direitos adquiridos".

PENA DE MORTE - "[Sou" contra. Onde há, os crimes não caíram. Além de ser um processo caríssimo, complicadíssimo."

MAIORIA - "O problema do governo Fernando Henrique não é minoria. É ter a maioria. A cada votação você tinha que convencer essa maioria".

SALÁRIO MÍNIMO - "[Vou] aumentar mais 50% real nos próximos anos (...) Campanha é época para Papai Noel: "Eu duplico, eu quadruplico". Quando chegar lá, não vai fazer se não tiver política econômica séria".

UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DE MESMO SEXO - "O Estado não deve se intrometer nas relações entre pessoas, seja do mesmo sexo, seja de sexos opostos".

BANCO CENTRAL- "Se o Armínio [Fraga, presidente do BC] topar, seria uma boa idéia [mantê-lo no cargo]. Só vou pensar em tipo de governo depois de ganhar. Dá azar planejar antes".


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