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Se país virar Argentina, a culpa é de FHC, diz Ciro
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O risco de o Brasil "virar uma
Argentina" nas mãos de um governante de oposição -apelo
eleitoral frequentemente usado
pelo presidenciável tucano, José
Serra- é, na visão do pré-candidato Ciro Gomes (PPS), um reconhecimento de culpa do governo
Fernando Henrique Cardoso pela
vulnerabilidade externa do país.
Em entrevista divulgada ontem,
o presidente FHC adotou a estratégia de Serra e afirmou que esse
risco existe, se o próximo presidente for "incompetente".
"Acho que foi o atual presidente
que colocou o país nesse risco. O
país deve escolher uma pessoa
muito competente e com muita
habilidade para desarmar a bomba. Ele [Serra] não é a pessoa mais
indicada para isso", disse.
Ciro Gomes também comentou
a turbulência política em torno da
escolha do vice de Serra.
"O candidato oficial tem passado por maus bocados porque
transformou a escolha do vice em
uma ferramenta de aliciamento
para uma aliança extremamente
contraditória", disse. Para ele, a
deputada Rita Camata (PMDB-ES), cotada para compor a chapa
com Serra, é "uma mulher de extremo valor".
O presidenciável também avaliou que o atraso na votação da
prorrogação da cobrança da
CPMF é culpa do governo, que
"dormiu no ponto" ao não pressionar a votação mais cedo.
Ciro Gomes participou ontem
do debate promovido pela subcomissão de moradia e desenvolvimento urbano do Senado, em que
os pré-candidatos expõem, em
dias diferentes, suas propostas
para tentar sanar o déficit habitacional do país.
No início do mês, Anthony Garotinho, pré-candidato do PSB,
falou de sua experiência no governo do Rio de Janeiro e mostrou
um vídeo com depoimentos sobre o assunto.
Apesar de ironizar a promessa
de Garotinho de criar o Ministério
da Moradia caso seja eleito, Ciro
defendeu a transformação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, hoje ligada à Presidência,
em um ministério independente.
Ciro apresentou como meta de
seu governo a construção de 300
mil moradias por ano, a um custo
de R$ 2,1 bilhões, arcado parcialmente pela União.
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