São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2006

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Toda mídia

@ - Nelson de Sá

Arma política

Na segunda manchete do "JN" de sábado:
- Depois da crise, a arte: São Paulo tem 24 horas de espetáculos na Virada Cultural...
Para o "JN", "um grito contra a violência". Também na primeira manchete do "SBT Brasil":
- São Paulo tenta vencer o medo com uma arma poderosa, a arte: uma Virada Cultural...
Foi assim do "SPTV" à Jovem Pan. Pouco importou Tom Zé avisar, segundo o site Vermelho, que "a classe artística, que não começou esta guerra", não devia ser usada como instrumento.

Do compositor de "São São Paulo":
- O governo simplesmente quer botar a gente como isca, para ajudar a resolver o problema dele.
 
Fim de domingo e, após a semana de silêncio notada até por Lúcia Hippólito, da CBN, o ex-prefeito José Serra apareceu para dizer nos sites que a Virada foi uma "reação" de São Paulo:
- A cidade pertence às pessoas, não aos bandidos.
Segundo a Jovem Pan, ele "criticou o uso da onda de violência como arma política".
 
Para registro, o principal destaque na Folha Online para o evento:
- Fora do centro, medo esvazia a Virada Cultural.
Em Guaianazes, zona leste, o paulistano foi "mais cedo para casa". Em Campo Limpo, zona sul, "shows da noite e madrugada foram desmarcados por decisão do subprefeito, junto com a PM".
Para o "Fantástico", por outro lado, "depois de se esconder, paulistano volta às ruas para dançar e cantar".

OS CORPOS

De um lado se saúda "a arte", de outro se contam os mortos, no Instituto Médico Legal. Na manchete da Folha Online, quase o dia todo, "Defensoria Pública monitora trabalho de legistas". Os corpos continuam chegando. Num registro da Globo News, "na região norte de São Paulo, três homens trocaram tiros com a polícia e morreram".

Maringoni -cartamaior.com.br/ Reprodução
No site Carta Maior, rios de sangue. No Nomínimo, o blog de Xico Sá postou às 9h: Quem mora nos arredores do IML já reclama do mau cheiro que exala do prédio onde se despejaram as 152 vítimas.

NA DOUTOR ARNALDO

Segundo o "Washington Post" de domingo, "a polícia respondeu em gênero, lançando duas noites de incursões através da cidade". Noites em que, "irritados e humilhados pelos levantes, os policiais perambularam pelos bairros com suas armas desembainhadas, matando mais de 100". O "Le Monde" relatou, na mesma direção, que "a avenida Paulista recuperou sua animação, mas no IML, na avenida Doutor Arnaldo, os cadáveres de "suspeitos" se acumulam". O espanhol "El País" fez o mesmo sob o enunciado "Polícia de SP acusada de lançar represálias contra a população".

OUTROS ÁRABES
Entra e sai semana e jornais ao norte saúdam o etanol e o Brasil como as alternativas para o petróleo.
Ontem a pressão chegou às montadoras. "The Observer" e "Washington Post" deram longas reportagens de teste com veículos "flex" da GM brasileira, em Indaiatuba. Em meio aos elogios, o segundo cobrou, da GM americana, a abertura de importação dos modelos brasileiros.
De quebra, o "WP" noticiou que, em Iowa, os produtores de etanol de milho, animados, já se dizem "os árabes do Meio-Oeste".

GOOGLE ENTRE NÓS
Noticiada pelo "Valor", a ameaça do Ministério Público Federal de "requisitar a desconstituição" do Google no Brasil ecoou pela blogosfera. Até nos EUA, segundo o blog de Tiago Dória. Entre outros, deram destaque o ValleyMag, de fofocas do Vale do Silício, Google Blogoscoped e Search Engine Watch -segundo o qual o Google não tem mesmo sorte no Brasil.
Em tempo, a ameaça do MPF se deve à resistência do serviço em quebrar o "sigilo telemático" de criadores de páginas ilegais no Orkut. Na China foi bem diferente.
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