Charles Silva Duarte/"O Tempo"

Entre Laércio Antônio Vinhas, presidente interino da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), e Sérgio Resende, ministro da Ciência e Tecnologia (à direita), o vice-presidente José Alencar chora ao ser homenageado na UFMG, ontem

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Lutando desde 1997 contra o câncer, o vice-presidente José Alencar, 77, disse ontem em Belo Horizonte que a sua cura depende de Deus e que, por isso, não pode planejar disputar outra eleição para o Senado.
"Eu estou aguardando primeiro que Deus me cure, porque, se eu não estiver curado, não posso levar nenhuma proposta ao eleitor. Não seria honesto. Se eu não estiver em condição de saúde, não terei como exercer um mandato."
Alencar recebeu o título de "Patrono da Carreira da Ciência e Tecnologia" na Universidade Federal de Minas Gerais com . Aplaudido por 300 servidores, ele chorou durante os discursos de agradecimento por ter ajudado a aprovar o plano de carreira do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Ele disse que se sente bem, "mas o câncer está aí. Estamos lutando por um medicamento novo que foi desenvolvido, mas ainda não está à venda". Sobre Dilma Rousseff, ressaltou que "o caso dela é muito diferente. Ela está curada. O problema que houve agora foi efeito colateral da quimioterapia".
Para ele, não se pode falar em terceiro mandato se isso não está previsto na Constituição, mas que, "se houver uma pergunta ao povo, o povo vai dizer que gostaria que o Lula ficasse mais tempo no poder". Ele não quis dizer se a consulta deve ser feita: "Nem posso falar isso, porque sou vice".


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