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Madonna em 'Corpo em
Evidência' é próxima atração da Videoteca
ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
Como em todos os filmes de que
Madonna participa, a atração
principal é Madonna. Isso é muito
claro em "Corpo em Evidência"
-sexto lançamento da "Videoteca Folha", que circula com a Folha do próximo domingo.
Aqui seus dotes são mais que
aproveitados. Madonna é Rebecca, galerista acusada de levar seu
amante à morte durante o sexo.
Seu namorado era cardíaco, e indícios apontam consumo de cocaína e práticas sexuais intensas,
como sadomasoquismo.
No conservador Estado americano do Oregon, onde se passa a trama, esse tipo de coisa não é exatamente bem-vista.
Prato cheio para o promotor vivido por Joe Mantegna e também
para o advogado de defesa Frank
(William Dafoe). Dafoe, ao que
consta, manteve um caso com Madonna durante as filmagens.
Os rodeios de enredo chegam ao
previsível: Frank se deixa envolver
pela poderosa e canastrona sedução de Rebecca e -isso sim- justifica o filme.
Em "Corpo em Evidência" o
corpo é a arma do crime, e sua cinematografia explora até onde pode o gênero "filme-de-tribunal-em-versão-soft-porn", com
direito a música de sax, corpos nus
na contraluz e cortinas voando.
"Corpo em Evidência" tem como mérito contribuir com o imaginário sensual do cinema americano, com a já célebre cena da vela.
Nela, Madonna pinga cera quente
sobre peito e partes baixas de Dafoe, joga champanhe e lambe em
seguida.
Na versão da Videoteca, ganhamos cenas não incluídas na cópia
exibida nos cinemas. Entre eles, a
transa na garagem, com Madonna
sobre os ombros de Dafoe.
Para quem se pergunta ao fim de
tanto mambo horizontal: sim,
aquela é mesmo Madonna. Não
tem dublê de corpo.
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