São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2000


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Justiça revoga a prisão de Ferraz

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz da 1ª Vara Criminal Federal, Casem Mazloum, revogou a prisão preventiva de José Eduardo Teixeira Ferraz, acusado de participar do desvio de R$ 169,5 milhões destinados à construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. Teixeira Ferraz agora vai responder ao processo em liberdade.
O pedido da revogação da prisão do empresário Fábio Monteiro de Barros, porém, ainda não foi julgado. O juiz aguarda que os documentos encontrados com o empresário sobre a venda de 90% das ações da Incal para o senador Luiz Estevão (PMDB-DF) sejam anexados aos autos para decidir.
A libertação de Teixeira Ferraz foi tomada com base nos depoimentos prestados pelo empresário. Na quarta-feira da semana passada, Ferraz depôs por cerca de oito horas na Justiça. Ele alegou no depoimento que não era dono da construtora Incal, responsável pela obra do fórum, mas apenas seu diretor financeiro.
Na saída do depoimento, o empresário disse que estava convencido de que tinha esclarecido tudo para o juiz. Ferraz apresentou em seu depoimento documentos que comprovariam que ele detém menos de 1% das ações do grupo Monteiro de Barros, suposto proprietário da Incal e, portanto, não poderia ser seu proprietário.
O empresário apresentou ao juiz a cópia de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que suspendeu as recomendações feitas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e manteve o contrato do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) com a Incal.
O juiz revogou a prisão com base no art. 316 do Código do Processo Penal. Segundo a legislação, o juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no decorrer do processo, verificar a falta de motivo para que a mesma subsista, bem como de novo decretá-la se sobreviverem razões que a justifiquem.

Prisão
Ferraz teve sua prisão preventiva decretada no dia 25 de fevereiro com base em uma denúncia do Ministério Público Federal, em que ele é acusado de suposta operação fraudulenta de câmbio na emissão de mais de US$ 3 milhões para o exterior. Desde então, Teixeira Ferraz ficou foragido até ser encontrado pela Polícia Federal no dia 30 de maio no Morro de São Paulo, na Bahia.
Ferraz também é acusado, em outro processo criminal, de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e estelionato. Mas, como o segundo processo também diz respeito às obras do fórum trabalhista, a decisão do juiz o livrou de uma prisão preventiva nessa ação. Até a conclusão desta edição, Ferraz ainda não tinha deixado o prédio do Delegacia de Ordem Política e Social.


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