São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2004

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TEATRO MUNICIPAL

Maluf, Marta, Erundina e Temer, entre outros, assinam manifesto da OAB pela "valorização do voto"

Ato pela ética vira palco para candidatos

RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os pré-candidatos a prefeito de São Paulo assinaram ontem um manifesto da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) "pela valorização do voto e pela ética na política".
Em seu discurso, Paulo Maluf (PP), a quem o Ministério Público atribui a movimentação de milhões de dólares no exterior, declarou, após citar nomes de antigos assessores: "É fundamental que a sociedade civil fiscalize não a pessoa do eleito, mas a pessoa jurídica do governo que vai se instalar".
Entre outros pontos, o manifesto prevê que o candidato deve renunciar caso ocorram "a denúncia e a comprovação de práticas ilícitas e corruptas" e cobra transparência da arrecadação de recursos nas campanha e propostas que "possam ser efetivamente implantadas, com apresentação de sólida argumentação para sua viabilidade".
O texto também condena a "espetacularização" das campanhas, fenômeno que se observa por meio de recursos técnicos fantasiosos, discursos mirabolantes, efeitos emotivos e ações de impacto com o objetivo de enganar o eleitorado".
O ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB) não compareceu ao ato, ocorrido às 11h na sede da OAB. Enviou uma representante, a deputada federal Zulaiê Cobra (PSDB-SP).
De acordo com a OAB, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), pediu que sua assinatura no livro preparado para a campanha ficasse distante da de Paulo Maluf (PP), e assim foi feito (outros candidatos assinaram entre os dois). Marta e Maluf se cumprimentaram com um rápido aperto de mãos na chegada e na saída da mesa de convidados.
Também compareceram os deputados federais Michel Temer (PMDB), Luiza Erundina (PSB) e Arnaldo Faria de Sá (PTB), o deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS), Francisco Rossi (PHS) e Paulo Pereira da Silva (PDT), que deixou o prédio da OAB antes do início do evento -um representante do sindicalista assinou o documento.
Marta afirmou ter demitido "80 servidores" suspeitos de corrupção nos últimos quatros anos. Em seu discurso, em referência a isso, Faria de Sá perguntou: "E os corruptores?". A prefeita já não estava no evento.
Elogiando o evento, Temer disse que os problemas éticos na vida pública vêm "de séculos" e arrematou: "Se bastassem apenas os movimentos pela ética, eu diria que a esta altura nós não estaríamos fazendo essa reunião".


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