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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/O ALIADO
Deputado do PP é acusado por desvio de dinheiro em empresa municipal de Londrina
Ministério Público ajuíza três ações contra Janene
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O Ministério Público do Paraná
ajuizou ontem seis novas ações civis com denúncias de corrupção
na Prefeitura de Londrina na gestão do prefeito Antônio Belinati
(hoje no PP), cassado em maio de
2000. O deputado federal José Janene (PP), apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ)
como um dos operadores do
"mensalão" na Câmara, aparece
como réu em três das seis ações.
Na principal ação, em que o Ministério Público aponta desvios
de R$ 1,109 milhão na Comurb
(Companhia Municipal de Urbanismo), autarquia municipal hoje
chamada CMTU, com falsas licitações e notas frias, Janene e sua
mulher, Stael Fernanda Rodrigues de Lima Janene, aparecem
como beneficiários de um esquema de notas frias duma gráfica.
Na ação, os promotores da Promotoria Especial de Defesa do Patrimônio Público de Londrina,
acusam Janene de pagar despesas
de campanha da sua reeleição à
Câmara com dinheiro originado
dos desvios na Comurb.
Um outra ação, acusa Janene e
sua mulher de serem beneficiados
com R$ 25 mil de um montante
de R$ 148 mil, desviados da Comurb através de uma licitação
fraudulenta. A terceira ação envolve depósitos na conta de auxiliares, da mulher, de um primo de
Janene, Meheidin Jenani, e de sua
mulher, Rosa Alice Valente. Stael
Fernanda, mulher de Janene, Meheidin e Rosa Alice Valente trabalham no escritório do deputado
federal em Londrina.
A funcionária do grupo Principal/Tâmara -que prestava serviços de roçagem e limpeza pública
para a gestão do prefeito Antônio
Belinati (de 1996 até a cassação,
em maio de 2000)- Vania Maria
Jolo declarou que fazia depósitos
em contas de Stael, de Meheidin
ou ia pessoalmente ao escritório
de Janene, no bairro Shangri- lá
(região central de Londrina), para
entregar valores que somavam R$
21 mil mensais. Segundo Jolo, os
pagamentos ocorreram de janeiro de 1998 a novembro de 1999.
A ações foram protocoladas ontem, último dia de prazo antes da
prescrição legal. A alegação do
Ministério Público pela demora
no ajuizamento das ações foi o volume de ações que acabaram sendo propostas, nas áreas civil e criminal, desde que foi iniciada as
investigações sobre desvios.
As investigações em Londrina
começaram no segundo semestre
de 1998 e até agora foram ajuizadas mais de um centena de ações
contra o grupo que administrava
Londrina na época. O esquema de
corrupção investigado teria desviado R$ 169 milhões da cidade,
segundo o Ministério Público.
Desse dinheiro, cerca de R$ 110
milhões se referiam à venda, pelo
município, de 45% das ações da
empresa municipal de telefonia, a
Sercomtel, à Copel (Companhia
Paranaense de Energia Elétrica)
em 1997. Janene aparece como
réu em dez ações.
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