São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br

Aécio operante

Às voltas com o anúncio de que o PMDB se alinhará ao PT em Minas, Aécio Neves participou em Brasília de uma série de reuniões que tem 2010 como pano de fundo. A aliados, rejeitou a idéia de interferir na convenção peemedebista. Diz que poderia tentar derrotar a tese do apoio ao PT, mas que não vale a pena.
A bordo de uma aliança que inclui PFL, PP, PTB e PL, o governador tucano procura uma sigla à esquerda para equilibrar a chapa. Corteja o PSB e opera para que o partido não feche com Lula. Para Aécio, o cenário ideal é a repetição de José Alencar como vice do presidente -um problema a menos no congestionado cenário mineiro- e o PSB como opção de porto seguro se, daqui a quatro anos, faltar-lhe espaço no PSDB.

Em extinção. O PT mineiro reage ao apetite do PMDB, que reivindica indicar o vice, o candidato ao Senado e fazer coligação na chapa proporcional. Este último ponto pode reduzir a bancada petista dos atuais 11 para 5 deputados.

Data-PSB. Eduardo Campos tem consultado as seções estaduais do PSB sobre a coligação nacional com o PT. A maioria acha que, atrelada a Lula, a sigla não cumprirá a cláusula de barreira.

Estréia. Alckmin finalmente fará campanha ao lado de Jarbas Vasconcelos (PMDB). Os dois irão amanhã ao São João de Caruaru, um dos maiores do Nordeste. Hoje, o tucano assiste ao jogo do Brasil em Recife com aliados do PPS.

Vigília. O vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nono, 58, desfilou na convenção do PFL com fotos do filho recém-nascido, Francisco Thomaz. A paternidade tem feito o deputado passar noites em claro: em vários momentos, ele cochilou ou bocejou.

Andar com fé. Durante a convenção do PFL foram distribuídas fitinhas verde-amarelas, inspiradas na do Senhor do Bonfim, com a inscrição "Alckmin e José Jorge".

Vaivém. Depois de várias idas e vindas, o ex-governador da Bahia João Durval (PDT) anunciou que será, sim, candidato ao Senado. É balde de água fria na candidatura de Antonio Imbassahy (PSDB) e boa notícia para os carlistas.

Azedou 1. Em conversa com os tucanos ontem, Orestes Quércia foi cristalino: o PSDB pode não aceitá-lo como vice na chapa de José Serra, mas Michel Temer também não ocupará o posto.

Azedou 2. As relações entre Quércia e Temer, que após anos de rompimento tinham melhorado, voltaram a piorar. A dúvida é se Quércia sairá mesmo candidato, como ameaça fazer, ou se aceitará sugerir outros nomes a Serra.

Agora, não. O senador Pedro Simon (RS) aproveitou a sessão em homenagem aos dois anos da morte de Leonel Brizola para fazer críticas aos governistas de seu partido, o PMDB. Renan Calheiros (AL), presidente da Casa e alvo do ataque, pediu respeito à memória do homenageado.

Pitbull. Em reunião com o presidente do PSDB-SP, Sidney Beraldo, o governador Cláudio Lembo ameaçou jogar para o alto a aliança tucano-pefelista no Estado caso não saia a coligação entre as siglas na chapa de deputados. No fim, Beraldo se comprometeu a convencer os colegas de sigla, que resistem à idéia.

Vezes dois. Presente ao encontro, o prefeito Gilberto Kassab disse a aliados que, coligado ao PSDB, o PFL pode dobrar o número de deputados estaduais e federais eleitos em São Paulo, chegando a uma dezena em cada Casa.

Lógica. Do candidato do PFL ao governo do DF, José Roberto Arruda: "O Lula dizer que não sabia do mensalão é como seu eu dissesse que não vi a lista de votações no episódio da violação do painel do Senado, como muitos viram e disseram que não".

Tiroteio

A oposição tenta criar um fato político depois de ter buscado, em vão, atingir o presidente Lula. Perplexa, parte para ataques pessoais.


Do ministro das Relações Institucionais, TARSO GENRO , sobre a investida dos tucanos contra o titular da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a quem atribuem a ressurreição da chamada lista de Furnas.

Contraponto

Alto risco

Em mais um evento de sua extensa agenda pré-eleitoral, Lula lançou terça em Araucária (PR) a fase de testes do H-Bio, novo combustível desenvolvido pela Petrobras. Com ele estava o governador Roberto Requião (PMDB).
O presidente abriu a torneira, encheu de H-Bio um frasco e, depois de erguê-lo, passou o recipiente a Requião, que recentemente protagonizou cena insólita ao mastigar e depois cuspir sementes de mamona no Planalto.
Na platéia, formada em boa medida por petistas paranaenses que vivem às turras com o governador, algumas vozes tentaram demover Lula:
-Não! Não dá que ele vai beber!


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