São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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CPI terá 3 suspeitos de integrar máfia

Parlamentares do PP e do PL contestam as acusações feitas por ex-servidora do Ministério da Saúde à Polícia Federal

Líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), que teve dois assessores presos pela PF, diz que vai se abster de indicar o relator da comissão


RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Três deputados acusados por Maria da Penha Lino, ex-servidora do Ministério da Saúde, de integrar direta ou indiretamente o esquema de vendas de ambulâncias superfaturadas para prefeituras foram indicados ontem por seus partidos para integrar a CPI dos Sanguessugas, que pode ser instalada hoje no Congresso.
Mario Negromonte (BA), líder do PP, Benedito de Lira (PP-AL) e Inaldo Leitão (PL-PB) constam entre os 36 titulares da comissão.
Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, Maria da Penha listou 81 nomes de supostos envolvidos com o esquema. Entre eles estavam os três deputados.
A ex-servidora seria o braço da quadrilha no Executivo. Ela estava presa desde o início de maio, em Cuiabá, mas anteontem à noite, graças a um habeas corpus concedido pelo TRF (Tribunal Regional Federal) de Brasília, Maria da Penha deixou a prisão.

Defesa
O líder do PL, Luciano Castro (RR), também citado no depoimento da ex-servidora, disse que indicou Inaldo Leitão porque o deputado assegurou a ele que não tem nenhum tipo de envolvimento com o esquema. O líder do PP, Mario Negromonte, afirmou que não há nada contra ele nas investigações e que não participará da CPI.
Outra suspeição que paira sobre a comissão se refere ao relator. O PMDB do Senado não abre mão de indicar o cargo, já que possui a maior bancada na Casa. Os integrantes teriam de ser indicados por Ney Suassuna (PB), líder do partido e que teve dois assessores presos na operação da PF, mas ele se nega. "É a minha obrigação indicar, mas vou me abster".
O presidente da CPI deverá ser o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). "Vou trabalhar para haver o mínimo de audiências. Queremos trabalhar mais com documentos."


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