São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004 |
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TODA MÍDIA Sem cerimônia
NELSON DE SÁ
Devastação Enquanto o petista José Genoino e o pefelista Jorge Bornhausen ainda saudavam a derrubada da elevação na contribuição previdenciária, na CBN, a Federação do Comércio de SP acordava. E saía criticando, na Globo On Line, o adiamento da desoneração da folha de pagamento, decidido pelo governo no lugar do aumento na contribuição. Do presidente, Abram Szajman, de volta ao tom de apocalipse: - Os efeitos são devastadores. Esqueleto Os tucanos fazem até comercial, dizendo que eles cortam impostos. Mas os petistas lutam para lembrar que as dívidas com os aposentados vieram deles, os tucanos. Do ministro Guido Mantega, nos telejornais: - Vamos cobrir a diferença com excesso de arrecadação até achar outra solução para o esqueleto do governo anterior. É um pouco tarde, depois do escândalo da contribuição. Lembrete Os elogios ao Brasil na Conferência Mundial de Aids, na Tailândia, podem dar a impressão de que vai tudo bem, aqui. Mas o site Carta Maior avisa, em texto do Gapa, o Grupo de Apoio e Prevenção à Aids, que o avanço na terapia não pode desviar os olhos da prioridade à prevenção. E cobra levar o debate "ao cotidiano das pessoas". Caos O sociólogo Alain Touraine, no "El País", mostra-se preocupado com a América Latina e dá o Brasil como exemplo: - Em países nos quais se produziu a vitória de um partido ou homem que reclamava mudanças, não acontece nada. E prenuncia o horror: - As esperanças frustradas podem se manifestar na forma de rebeliões... Nem tanto o perigo de revolução, mas caos. Enigma O economista Jeffrey Sachs, no "La Nación", escreve que "um dos maiores enigmas da economia mundial é o mau desempenho da América Latina" -que liberalizou, privatizou etc. Então, "como se explica?". Ele não descarta a desigualdade, mas critica mais a desatenção à "revolução tecnológica". E acaba dando alguma esperança: - A situação não é desesperadora. O Brasil tem se mostrado uma potência exportadora tecnológica, com sucesso em aviões e alimentos não-perecíveis. Dois editoriais Diante do vaivém nas negociações comerciais, por todo lado, o Brasil ao menos tem com a simpatia dos editorialistas do "Wall Street Journal" e do "New York Times", que saíram a campo contra o protecionismo americano nos camarões e em outras áreas de exportação nacional. MAOÍSMO
Na fina ironia do "Times" de Londres, "pouco se sabia do interesse de Bill Clinton por Mao Tsé-Tung". Mas ele existe, segundo reportagem de ontem, ainda que só na tradução para o mandarim da biografia do ex-presidente americano. No livro, diz o "Times", ele até cita um ensinamento do líder chinês: - Se você quer conhecer o sabor da pêra, você mesmo deve comê-la. Pior, Clinton em versão maoísta censura as próprias críticas ao desrespeito da China aos direitos humanos. Por aqui, é o ministro Aldo Rebelo, do PC do B, quem anda citando Mao, segundo o "Painel" da Folha, às vésperas de sua viagem para a China, depois de amanhã. Ensinamento maoísta destacado por Rebelo, em mensagem aos funcionários de seu ministério: - Mantenha a modéstia e a prudência, evite a arrogância, mantenha a árdua luta. E trate de agradar a economia que só faz crescer. Texto Anterior: "Poder": Festa de senador quase vira caso policial no DF Índice |
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