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JANIO DE FREITAS
No bom caminho
Os Estados Unidos dão um esperançoso passo em direção à democracia graças às ações de uma valente juíza
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GUERRAS, TANTAS MORTES de
crianças, destruição de famílias, cidades em ruínas,
ameaças de mais intervenções e
guerras -mas surge de repente uma
razão contra o pessimismo. O governo Bush dá início a uma "luta global"
contra a corrupção que empobrece
cofres públicos pelo mundo afora e,
mais verdadeiro, está compelido por
uma valente juíza, Anna Diggs Taylor, a mesma que suspendeu as escutas telefônicas e a interceptação de
e-mails feitas sem autorização judicial, aos milhares, por determinação
do próprio Bush.
Os Estados Unidos dão, portanto,
um esperançoso passo em direção à
democracia.
Descaminho
Entre os políticos que não têm o nome incluído nas investigações de ordinarices, é improvável que haja um caso mais dramático que o de Anthony
Garotinho. Autor do feito excepcional
de eleger-se governador do Estado do
Rio vindo da prefeitura de uma cidade
interiorana, Campos, reeditou-o ao
eleger como sucessora a mulher, Rosinha, para contar com uma base política e lançar-se à Presidência. Mas o que
chegou a parecer habilidade política
revelou-se, com a aproximação das situações decisivas, a tendência para
uma sucessão ininterrupta de erros,
muitos deles primários.
Garotinho não compôs um grupo
expressivo no Rio, onde continuou
visto com hostilidade, e nem sequer
cuidou da conquista indispensável no
seu partido, PMDB, para viabilizar-lhe
a candidatura. Como complemento,
não pensou em alternativa pessoal:
Garotinho e Rosinha falam, simplesmente, de voltar a Campos. Ainda no
caso improvável de que ele se torne secretário do governo fluminense, nada
mudaria muito: nem a sucessão de Rosinha encaminhou direito, embora o
"seu" candidato, Sérgio Cabral, lidere
as pesquisas. Mas essa vitória, se ocorrer, levará à perda do comando do
PMDB fluminense por Garotinho.
Hoje, Anthony Garotinho é um político que teve grandes oportunidades e
não tem futuro perceptível.
As dívidas
O anunciado recurso de Lula à multa de R$ 900 mil que lhe aplicou o Tribunal Superior Eleitoral tem um desdobramento lógico. Se negado pelo
Supremo Tribunal Federal, estará
confirmado o caráter eleitoral do 1 milhão de tablóides com os pretensos feitos presidenciais. Logo, além da multa,
Lula deveria ressarcir o cofre público
do custo total dos tablóides. Cabe outra ação, nesse sentido.
Mas por que recorrer ao STF? O
normal não seria recorrer ao prestativo Paulo Okamotto?
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