São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2001

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QUESTÃO AGRÁRIA

Agricultor teria sido morto no RS por grupo

Incra vai investigar suspeita de formação de milícias no MST

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) abriu ontem inquérito administrativo para investigar a venda de lotes e a formação de milícias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em assentamentos do Rio Grande do Sul. A venda de lotes em assentamentos é irregular.
Junto com a Polícia Federal, o Incra investigará inicialmente a existência de milícias do MST no município de Jóia (RS), onde o agricultor Pedro Milton da Luz Pedroso, 49, foi assassinado a tiros no último dia 7. A PF suspeita que Pedroso foi assassinado por uma dessas milícias.
Assentado em Jóia e sem vínculo com o MST, Pedroso foi morto com um tiro de espingarda na frente da mulher e do filho de 12 anos. Testemunhas disseram à polícia que os tiros foram disparados por um "grupo de disciplina" do MST.
Segundo relatos feitos à polícia, a vítima havia recebido recados para deixar o local por supostamente ocupar um lote de forma irregular. O assassinato ocorreu quando a milícia tentava expulsar cinco famílias, sem vínculos com o MST, que teriam comprado lotes do assentamento em Jóia.
Quatro pessoas tiveram prisão preventiva decretada, entre elas José Censi, assessor do secretário da Reforma Agrária do Estado, Antônio Marangon.
O MST diz que os agricultores presos integram o movimento. "Estamos fazendo um levantamento sobre tudo o que ocorreu. Não podemos nos pronunciar antes disso", afirmou a dirigente do MST gaúcho Ivanete Tonin.
(LÉO GERCHMANN)


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