São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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PSDB prevê uma incerteza menor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe do presidenciável José Serra (PSDB) avalia que o cenário econômico melhorará no caso de uma vitória do candidato, o preferido do mercado. Dissipadas as incertezas do período eleitoral, o dólar voltaria a um patamar mais razoável, permitindo a queda dos juros e favorecendo os investimentos privados.
Estaria aberto, assim, o caminho para um crescimento econômico maior já em 2003, sustentado no que a campanha de Serra chama de "casa arrumada": metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal, legados do governo Fernando Henrique Cardoso.
O raciocínio tira partido das vantagens trazidas pela credibilidade no meio empresarial e destaca os aspectos mais bem aceitos da atual política econômica.
O primeiro problema é: como seria mantido o superávit comercial, que nos últimos dois anos foi conseguido graças à disparada do dólar e à estagnação da economia nacional?
O economista José Roberto Afonso, um dos principais formuladores do programa de Serra, sustenta que a ação do governo terá de mudar a forma com que, segundo ele, as exportações são encaradas no país.

Política exportadora
"É preciso mudar o conceito. Hoje, exportação é resíduo", afirma o economista. Por essa visão, os empresários nacionais só costumam se voltar para o mercado externo quando o interno vai mal -o que faz com que a balança volte ao vermelho nos momentos de prosperidade.
Uma política voltada para a promoção das exportações deve compreender, entre outras providências: uma diplomacia comercial a ser conduzida pelo próprio presidente; endurecimento nas negociações comerciais com o resto do mundo; incentivos a setores que atualmente importam mais que exportam; e redução de impostos.
Para Afonso, medidas como essas podem produzir resultados palpáveis dentro de dois anos. Um eventual governo Serra fixaria metas para as contas externas, de forma a reduzir o déficit nas transações de bens e serviços com o exterior de 3% para 2% do Produto Interno Bruto.
Há menos de um ano, Serra chegou a defender que esse déficit (puxado pelo pagamento de juros e remessas de lucros) fosse reduzido a zero.
Entre os setores merecedores de atenção especial, Afonso cita o de eletrônica, "que é hoje o que o aço foi no passado" -em referência à importância de trazer ao país tecnologias que puxam o desenvolvimento mundial.


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