CLÁUDIA CROITOR
DA REPORTAGEM LOCAL

O programa de TV do tucano José Serra tem formatos semelhantes e a mesma apresentadora da propaganda de Roseana Sarney (PFL) durante sua pré-campanha à Presidência.
O marqueteiro da campanha de Serra, Nizan Guanaes, foi o responsável pelos programas de TV que levaram Roseana à segunda colocação nas pesquisas. Nizan se afastou em março, quando a candidatura do PFL começou a ruir.
Na quinta, a campanha tucana usou seu horário na TV para mostrar semelhanças entre o programa de Lula e a campanha de Paulo Maluf (PPB) ao governo de São Paulo em 1998. Ambos mostravam um projeto sobre a criação farmácias populares.
A principal semelhança entre o programa de Serra e o de Roseana é a apresentadora, Fania Espinosa, que atualmente fala sobre a subida do tucano nas pesquisas eleitorais. Fania apresentava as propagandas de Roseana durante a pré-campanha e chegou a afirmar que fazia parte do PFL.
"Para nós do PFL, Roseana é um orgulho e um exemplo a ser seguido", disse num programa partidário exibido em janeiro.
Além disso, o horário eleitoral tucano mostrou, na semana passada, um programa de auditório, nos moldes do extinto "Programa Livre", do SBT, em que Serra respondia a perguntas da platéia, sobre suas propostas de governo.
Algumas perguntas tinham um tom "desafiador", como que para passar credibilidade e se adiantar a críticas. O recurso já tinha sido usado na propaganda do PFL em janeiro: em um programa de auditório, a então governadora respondia a questões como "Dizem que você tem muito marketing, mas não tem preparo nenhum. É verdade?".
Outra semelhança entre as duas campanhas são os jingles, ambos tirados de propaganda de cerveja. O de Roseana chamava a governadora de "a número 1". O de Serra é tirado da música "Cerveja", da dupla Leandro & Leonardo, que foi já foi usado por uma conhecida marca da bebida.
Recentemente, Roseana acusou Serra de ter plagiado um slogan usado por ela em sua campanha presidencial: "Vou cuidar das pessoas, vou cuidar do Brasil". O tucano utilizou a frase em sua entrevista ao "Jornal Nacional", em julho. E Roseana havia lançado o slogan em um discurso na Bahia, em março.


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